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António Costa quer «fazer o que não foi feito» na ferrovia

O primeiro-ministro veio à Guarda visitar as obras de ligação das Linhas da Beira Baixa e da Beira Alta para declarar que o investimento na ferrovia é «essencial» para a internacionalização da economia e para valorizar o interior.

O primeiro-ministro passou pela Guarda na sexta-feira e trouxe consigo uma canção de Pedro Abrunhosa para sintetizar os investimentos na ferrovia. Na visita às obras de construção da ligação da Linha da Beira Baixa com a Linha da Beira Alta, António Costa afirmou que «não podemos ganhar o tempo perdido, mas fazer o que não foi feito».

Acompanhado o ministro Pedro Marques, o chefe do Executivo visitou as obras em curso na zona dos Galegos, na periferia da cidade, e socorreu-se do músico portuense para garantir que o Governo vai fazer nesta área «aquilo que ainda não foi feito». Isto porque, na sua opinião, «este investimento na ferrovia é essencial para que a nossa economia seja mais competitiva, com melhores ligações à fronteira e à Europa, e para valorizar os territórios do interior», disse António Costa. O governante lembrou que a internacionalização da economia nacional e a valorização das regiões de fronteira são «duas prioridades fundamentais do país», tendo acrescentado que este investimento «cumpre simultaneamente estes dois objetivos».

«Como se criam postos de trabalho no interior? Atraindo empresas. Como atraímos empresas para o interior? Criando condições para que sintam que têm aqui melhores condições para poderem produzir, vender mais barato e ter acesso a um mercado maior do que se estiverem no litoral», sublinhou o primeiro-ministro. Já Álvaro Amaro, presidente da Câmara da Guarda, declarou que a ligação das Linhas da Beira Baixa e Alta nas proximidades da cidade proporcionará um «futuro motor» de desenvolvimento para a região. Mas o autarca aproveitou também a presença do chefe do Governo para desafiar os partidos a um «maior consenso» sobre as medidas para o interior no âmbito do próximo Orçamento de Estado. «É chegado o momento de se fazerem todos os esforços para que isso seja possível em torno de medidas estruturais para o futuro, não apenas medidas conjunturais que andem ao sabor dos ciclos políticos», acrescentou o edil social-democrata.

Para Álvaro Amaro, o importante é que «quem está no poder e quem está na oposição perceba que, muitas vezes, há valores que são superiores perante o país». Com um investimento total de 52 milhões de euros, incluído no plano Ferrovia 2020, a modernização da Linha da Beira Baixa compreende a renovação integral de 36 quilómetros de via entre a Covilhã e a Guarda, a eletrificação total deste troço e a construção da concordância com a Linha da Beira Alta, entre outras intervenções. O projeto de ligação entre as duas linhas contempla a instalação de uma via única eletrificada, com 1.500 metros de extensão, e a execução de uma nova ponte ferroviária sobre o rio Diz. A ligação Covilhã-Guarda está fechada desde março de 2009 e deverá reabrir no final do Verão de 2019, avançado posteriormente a modernização total da Linha da Beira Alta, que deverá custar perto de 700 milhões de euros.

Luis Martins A ligação Covilhã-Guarda está fechada desde março de 2009 e deverá reabrir no final do Verão de 2019

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