“Associação para a Revitalização do País Interior” (ARPI) é o nome de uma nova instituição que está a ser criada para desenvolver e defender todo o território do interior do país. «Queremos defender por todas as formas os interesses das populações localizados no interior, contrariando a tendência de beneficiação do litoral», adianta António Ribeiro, um dos membros da associação.
A reforma do minifúndio e emparcelamento da terra, a agricultura familiar, a construção de novas barragens, a dinamização do setor da floresta, a atração de mais população e a ligação do interior aos grandes eixos viários são as bases programáticas da ARPI. Segundo António Ribeiro, a defesa do interior «vai ser feita de uma forma muito simples» e vai procurar «sensibilizar os poderes públicos, os órgãos de soberania, todos os elementos radicados no interior e pessoas que no dia-a-dia tenham um papel importante na formação de opinião». Desta forma, a ARPI acredita que vai conseguir «juntar e defender tudo quanto há para defender». Para tornar esta luta possível, a nova associação de defesa do interior espera contar com o apoio do primeiro-ministro, Presidente da República e alguns ministérios, pois considera que «terão de ser os órgãos de soberania e os partidos políticos a informar-se sobre qual é o estado do interior neste momento».
Um estado que António Ribeiro diz ser de «despovoamento e pobre». No entanto, o responsável não perdeu ainda a esperança e acredita que «é possível produzir riqueza se algumas medidas forem tomadas». Mas avisa: «Sem se fazer nada, o interior vai continuar a degradar-se e o desequilíbrio vai acentuar-se cada vez mais», temendo que aumente a tendência de fuga da população para o litoral ou até para zonas fronteiriças de Espanha. Consciente de que esta é uma luta que leva tempo, António Ribeiro diz que a ARPI «não quer tudo para hoje e teremos paciência para isso, só não queremos que se volte de novo as costas ao interior. Não vamos desistir». Assim, as tarefas propostas «serão para várias legislaturas e através de um pacto de regime», adianta António Ribeiro.
A associação foi constituída em agosto e ainda está a escolher o conselho consultivo, que terá especialistas «de diferentes áreas para aconselharem a direção sobre os melhores passos a dar». A Assembleia Geral, bem como a direção, será nomeada nos próximos dias.