Este verão a revista norte-americana “Proceedings of National Academy of Sciences of United State of América” publicou um estudo onde os cientistas da NASA confirmaram a presença de água gelada na superfície da Lua, depois das descobertas de água subterrânea anunciadas anteriormente.
Os investigadores obtiveram aquela prova devido a um instrumento enviado em 2008, a bordo de uma sonda indiana, que mediu diretamente a forma como as moléculas de gelo absorvem a luz infravermelha.
Esta evolução no conhecimento da Lua vem na sequência de outras anteriores. Já em 2008 os cientistas encontraram moléculas de água no interior de amostras de magma trazidas há vários anos pelos astronautas das missões Apollo. No ano passado, os investigadores concluíram que as profundezas da Lua são ricas em água, baseando-se em dados obtidos por satélites.
A lua é o quinto maior satélite solar, com um diâmetro considerável em comparação com a Terra. De facto, há mesmo quem considere que a Lua e a Terra formam um sistema planetário binário. Ao contrário da Terra, a Lua é estéril e não tem atmosfera; é um verdadeiro fóssil em órbita. O seu interior não é muito bem conhecido, mas os cientistas têm feito o possível para compreender a sua estrutura a partir dos dados obtidos pelos sismógrafos colocados pelas missões Apollo. Estes revelam que os sismos ocorrem a uma profundidade de cerca de 800 km. No entanto, são tão fracos que não seriam sensíveis para uma pessoa que se encontrasse à superfície do nosso satélite.
Mesmo num olhar apressado à Lua é fácil distinguir duas regiões diferentes – uma mais escura e outra mais clara, que, em conjunto, criam um padrão visual que muitos identificam com a imagem do “homem na Lua”.
Como é evidente, o homem é uma ilusão, mas o padrão-claro-escuro não é. As áreas brilhantes são conhecidas como “Terras Altas”. As zonas escuras são as Maria (Mare no singular), que em latim significa mares. Não se trata de mares semelhantes aos que conhecemos; são antes vastas planícies de lava que, há milhões de anos, escorreram à superfície e solidificaram. São lisas porque submergiram um grande número de crateras e desde então sofreram poucos impactes de meteoritos.
Embora a Lua esteja muito afastada de nós e a sua gravidade seja fraca, exerce um atração gravitacional considerável sobre a Terra. Juntamente com a atração inexorável do Sol – mais fraca (a nível aparente), por este se encontrar mais distante – provoca o efeito de erguer e fazer descer as superfícies dos nosso oceanos, produzindo assim as marés. Os níveis de água são muito altos quando a maré está alta e muito baixos quando está baixa. As marés mortas, pelo contrário, ocorrem quando a Lua, o Sol e a Terra formam um triângulo no espaço – quando a Lua é vista nas fases de quarto. Nesta altura a gravidade da Lua e do Sol cancelam-se mutuamente de poucos graus e o nível da água é colocado para os seus extremos.
Para os cientista da NASA, a presença de água na Lua é muito importante porque poderá um dia ser um recurso acessível a futuras missões de exploração, ou mesmo para a instalação de uma base permanente na Lua.
Por: António Costa