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Carta aberta a um excremento anónimo

Ladrar à Caravana

Explico-me: há dois anos um ser abjecto escreveu uma carta a denunciar pretensas irregularidades no Então Hospital da Cova da Beira Hoje Pêro da Covilhã Esse-Á à Inspecção-geral da Saúde. Até aí, tudo bem: se há irregularidades, que se denunciem. O chato foi que a imundície que redigiu tal carta, a assinou com o meu nome e o endereço deste jornal. Aí, sinceramente, não gostei. É a esse vómito que dirijo esta singela comunicação.

Excelentíssimo verme: espero que esta o vá encontrar ulcerado e a cuspir sangue e pus por todos os orifícios do seu nauseabundo corpo. Mas vivo. E condenado a uma prolongada agonia, pois se alguém merece a náusea é alguém que, como Vossa Dejecção, tão bem a sabe cultivar.

Fique pois sabendo, se ainda não lhe chegaram as notícias pelas vias habituais (o amigo do primo do motorista que andava metido com a cozinheira de quem nós sabemos), que o processo que lhe movi por apropriação do meu nome foi, como seria de esperar, arquivado. Pode portanto Vossa Flatulência celebrar mais uma vitoriazinha da sua cobardia. Ainda não foi desta que apanharam Vossa Putrefacção. Lá virá o dia, em que confiando na sorte, deixe alguma pista que o permita localizar. Até lá, pode portanto Vossa Sordidez continuar a espalhar as suas pústulas sobre o nome e a honra de quem nada tem a ver com os seus interessezinhos mesquinhos, continuar a fazer denúncias e a obrigar pessoas de bem a perderem tempo e dinheiro com inspectores, advogados, tribunais. Vá-se rindo alarvemente, escancare bem essa cloaca, mostre ao mundo esses dentes podres e cariados. Polua-o com esse hálito a ovos podres.

Vossa Esterqueira sabe que eu sei que a sua mãezinha o gerou quando contracenava com uma trupe de hienas e ratazanas num filme pornográfico de terceira categoria. Daí não ter uma clara noção de quem seja na realidade o seu progenitor. Não se apoquente: com essa actividade epistolar, há-de rapidamente encontrá-lo. Mas tenha cuidado, evite denunciá-lo, nem assine com o nome dele. Pode ter azar, não vá o senhor seu paizinho ter contactos, influências, favores a haver, e dar-lhe caça. Veja lá, no esgoto já você vegeta: não queira que lhe enfiem a cabeça dentro da diarreia onde vive e prospera. Pode-lhe faltar o ar.

Bom, vou terminar. Espero que as notícias que lhe dei sejam do seu inteiro agrado. Caso tenha ficado incomodado com algum adjectivo ou comentário que faço sobre Vossa Insignificância, já sabe, há imensos advogados na praça, óptimos patrocinadores de um bom processo por difamação. Sabe quem sou, esteja à vontade: processe-me. Teria imenso prazer em encontrar e conhecer Vossa Podridão na sala de audiências.

Subscrevo-me, sem qualquer consideração,

Por: Jorge Bacelar

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