O negócio ainda está no segredo dos deuses, mas entretanto o antigo Cine-Teatro da Guarda foi para obras de consolidação da cobertura e fachadas. Os trabalhos iniciaram-se esta semana e acontecem passados 30 anos sobre o encerramento deste edifício emblemático da cidade mais alta.
Ao que O INTERIOR apurou, a proprietária do imóvel, a Predial da Corredoura, tenciona brevemente submeter à Câmara um projeto de reabilitação e deverá divulgar o futuro do Cine-Teatro. Projetado pelo arquiteto Manuel Alijó no final dos anos 40 do século passado, a grande sala de espetáculos da Guarda foi inaugurada a 4 de julho de 1953. Fechou em 1987 devido ao desinteresse do público e à desmotivação dos investidores, permanecendo devoluto desde então. Pelo meio, o empresário Antero Cabral Marques, já falecido, comprou o imóvel e, em 1997, a então presidente da Câmara Maria do Carmo Borges propôs adquiri-lo por 2,5 milhões de euros (500 mil contos à altura). No entanto, o proprietário exigiu o dobro e o negócio gorou-se, tendo o município optado pela construção do Teatro Municipal da Guarda.
Já no século XXI, o proprietário anunciou a intenção de transformar o edifício num centro comercial com escritórios e parque de estacionamento subterrâneo, mas uma quezília judicial entre um antigo arrendatário e a Sociedade Empreendimentos Cine Teatro da Guarda travou o negócio. Em 2013 foi posto à venda por 10 milhões de euros, mas não encontrou comparador. Localizado no centro da cidade, o edifício tem uma área coberta de 1.447 metros quadrados, num total de 1.853 metros quadrados, e pode ser adaptado para «comércio, serviços, indústria, centro comunitário, habitação de luxo, clínicas, centro de bem-estar», apregoava um anúncio colocado num site da Internet.