A tão desejada Variante da Sequeira pode mesmo avançar já em 2019. O projeto foi apresentado na segunda-feira e deverá estar concluído até ao final do ano.
A rede viária da zona da Estação da Guarda vai sofrer uma autêntica revolução. Com um investimento previsto de quatro milhões de euros, a ligação da VICEG, a partir da rotunda do Bairro do Pinheiro (junto ao McDonald’s), à Quinta das Bertas, na zona da Sequeira, vai ser uma realidade finalmente.
A famosa Variante da Sequeira era aguardada há duas décadas e agora pode mesmo acontecer no âmbito do plano Ferrovia 2020, pois a concretização do projeto surge na sequência das intervenções previstas nas linhas da Beira Alta e da Beira Alta que incluem a supressão de passagens de nível, substituindo-as por um viaduto com duas vias em cada sentido. Segundo explicou Pedro Almeida, chefe da Divisão do Urbanismo da Câmara, o viaduto «fica preparado para receber transporte de mercadorias» e fará o acesso ao futuro terminal rodoferroviário de mercadorias da Guarda. O projeto foi apresentado na segunda-feira e será totalmente paga pela Infraestruturas de Portugal (IP), cujo presidente do Conselho de Administração disse acreditar que esta variante trará «melhores condições de mobilidade» e afirmar-se-á como «uma alternativa à EN16». António Laranjo acrescentou que também permitirá «regular o tráfego rodoviário» na zona da Estação.
«Este é um sonho com algumas décadas que é agora possível concretizar pela obrigação que temos de garantir segurança e por ser necessária para a ferrovia», justificou o responsável. Salientando a importância do projeto, o presidente da Câmara da Guarda disse que segunda-feira foi «um dia que fica marcado para sempre», pois é uma obra que traz «para a história atual da Guarda o desenvolvimento da cidade». E embora os trabalhos não comecem para já, Álvaro Amaro está confiante que «nos finais de 2019 possamos ver as retroescavadoras a laborar». Outra novidade é que a zona envolvente da Estação também vai sofrer grandes mudanças com o surgimento de novas rotundas e arruamentos de forma a facilitar o acesso à futura plataforma rodoferroviária.
A intervenção nas ruas tem um orçamento de um milhão de euros, sendo que apenas 25 por cento serão suportados pelo município, os restantes 75 por cento ficam a cargo da IP. O objetivo é que o trânsito passe a ser feito em forma circular. O Largo 1º de maio, na Avenida de São Miguel, junto à ponte sobre os caminhos-de-ferro, passa a ter uma rotunda e uma outra vai surgir, uns metros mais à frente, em direção à antiga Sacor, na ligação à Rua da Trejia (de ligação à Sequeira). Outra das alterações passa pela Avenida João de Ruão, que liga a Estação à Avenida de São Miguel, cuja circulação passa a ser feita num único sentido. Na Rua da Corredoura vai surgir um novo arruamento de acesso à Avenida de São Miguel e está prevista também a reformulação do cruzamento do Largo do Rosmaninhal com a Rua da Treija. Pedro Almeida explicou que, «com a ativação da linha da Beira Baixa prevê-se um aumento da circulação rodoviária e esta intervenção vai tirar movimento a uma zona já muito fustigada».
Cruzamento para Maçaínhas requalificado
Na passada segunda-feira foi também inaugurada a requalificação do cruzamento da EN 338 com a EN16, junto a Maçainhas (Guarda). A obra implicou a construção de uma nova rotunda, onde foi colocada uma calandra, peça antiga da indústria de lanifícios, oferecida pela família Tavares. A obra, com um valor de 208 mil euros, tinha sido adjudicada à empresa António Saraiva e Filhos.
Ana Eugénia Inácio