Durante os meses de junho, julho, agosto e setembro, os 15 municípios da Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) serão palco de espetáculos de dança, música e teatro.
Este programa cultural que vai decorrer durante três anos, de forma alternada, surge no âmbito do projeto “Cultura em Rede nas Beiras e Serra da Estrela” e foi apresentado na segunda-feira, em Figueira de Castelo Rodrigo, resultando de uma parceria entre a CIM, a Associação de Municípios da Cova da Beira e as autarquias. “Ecos do Côa” é o primeiro espetáculo de dança, que envolve 38 participantes de cinco municípios – Mêda, Figueira, Pinhel, Trancoso e Almeida –, e estreia sábado (22 horas) no Largo Serpa Pinto, em Figueira de Castelo Rodrigo. Paulo Langrouva, autarca figueirense, considerou que esta iniciativa vai «enriquecer o cartaz cultural de todos os municípios participantes» e ambiciona desenvolver projetos em rede noutras áreas de ação. «Isto enriquece-nos porque estamos a contribuir com um exemplo daquilo que é possível fazer daqui para a frente e podemos cooperar para o desenvolvimento de projetos conjuntos não só na área da cultura, mas também desportivos, artísticos ou de outra índole», sustentou o edil.
Mas o que distingue esta atividade é o envolvimento da população, pormenor que, para o autarca, se refletirá numa probabilidade de sucesso maior: «Este trabalho é gratificante, mas exigente», referiu Paulo Langrouva, acrescentando que também «é um desafio porque envolve as populações, que se sentem valorizadas e integradas nestes projetos». A opinião é partilhada por Rui Ventura, que espera uma «boa adesão». O edil de Pinhel e vice-presidente da CIMBSE sublinhou que o objetivo é «envolver toda a comunidade dos concelhos participantes para que possamos ter um projeto integrado e despertar também a curiosidade daqueles que não estão nestas áreas». Mas nada seria possível sem o envolvimento de três companhias especializadas em cada um dos campos artísticos – a ASTA (Associação de Teatro e Outras Artes) no teatro, a CARB (Cooperativa Artística da Raia Beirã) na dança e a Coruja do Mato na música.
O trabalho de criação artística “Ecos do Côa”, desenvolvido pelo DEMO em coprodução com a CARB, «demorou dois meses a ser implementado» e os ensaios «decorreram na sua maioria» em Pinhel, explicou o coordenador da CARB, Simão Barros. O orçamento previsto para os três anos é de 130 mil euros e o projeto prevê ainda a realização de uma rota de visitas guiadas encenadas, que decorrerão nos períodos de espetáculos e fins-de-semana de julho e agosto.
Sara Guterres