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Giannis Antetokounmpo

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Nasci em Moçambique onde o basquete era um dos desportos rei. Jogávamos na rua, fazíamos torneios inter bairros e havia a Milu e a Coca Cola a construir competições. Assim surgiram grandes jogadores como Mário Albuquerque, Nelson Serra, Eustácio, Dionísio, Henrique Vieira, que obteriam os títulos de campeão nacional após a integração bem-sucedida de um milhão de refugiados de África no continente europeu. A vinda de África é um marco na minha vida. Recordo o dia em que decidimos ir fazer um piquenique ao rio e fomos mais de cem alunos dos liceus: eram todos de Angola, Moçambique, Brasil e outros países da América do Sul. Tínhamos convidado imensa gente, mas de Coimbra foram só o Paulo e o Afonso. A integração após quatro anos não estava concretizada. No desporto a situação melhorava, mas os “africanos” dominavam o “Ginásio Figueirense”, que brilhava a nível nacional, e a Académica que se batia galhardamente com o Benfica e seus postes americanos. Eram os anos de 1975 e 1976. O contributo africano fez explodir a Ovarense, o Sangalhos e o Sporting de Lisboa que se sagra campeão nacional com umas torres portuguesas. Depois vai surgir essa lenda do basquete português que foi Carlos Lisboa, dando inúmeros títulos ao Benfica.

Giannis Antetokounmpo nasce na Grécia filho de emigrantes de Lagos (Nigéria). É um menino de 2,11 metros que a NBA descobre no campeonato grego e que em 2017 ascende a estrela do basquete americano. Negro, irmão de mais quatro torres de mais de dois metros, são o exemplo flagrante da integração que constrói orgulho e elimina barreiras. Os Antetokoumpo podem projetar na próxima olimpíada o lugar cimeiro do basquete para a Grécia. Giannis é uma estrela entre as maiores estrelas da NBA e com uma progressão possível ilimitada, pois é um jovem jogador. É bonito ver os gregos gritarem pelos filhos de um emigrante que passou muitas dificuldades no início da sua vinda. É lindíssimo ver como o desporto pode eliminar o racismo no momento em que um Éder marca uma taça com um remate. O desporto, se for limpo das claques primárias, do ululismo das mães histéricas, dos impropérios de pais tontos, filmado nas bancadas para que vejam as tristes figuras que fazem, é um lugar de prazer e de fascínio coletivo onde há espaço para integração e tolerância de todas as diferenças.

Por: Diogo Cabrita

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