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Ana Manso rejeita culpas no recebimento de ajudas de custo indevidas

A antiga presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, Ana Manso, rejeitou hoje em tribunal qualquer culpa no recebimento de ajudas de custo após deixar de exercer o cargo. Ana Manso disse na primeira sessão do julgamento que não teve «rigorosamente nada a ver com a forma de processamento dos vencimentos» e que foi ela quem alertou para a situação logo que teve conhecimento da mesma.

Ana Manso disse ao Tribunal que detetou a situação em novembro de 2013, quando necessitou de um recibo do vencimento e que de imediato deu conta da situação ao Conselho de Administração (CA), na época presidido por Vasco Lino. «Em 38 anos de carreira isto nunca me aconteceu», disse, rejeitando qualquer ato premeditado com Luís Rebelo ou com o serviço de pessoal da instituição.

Explicou que após ter alertado o CA para o assunto, o mesmo ficou «resolvido», tendo em conta que repôs o dinheiro recebido indevidamente. «Eu fui vítima deste processo. Quando descobri o que se tinha passado, fiquei triste e chateada», afirmou. Declarou ainda que ninguém vai para o CA da ULS/Guarda «por causa das despesas de representação no seu vencimento».

O arguido Luís Rebelo disse que «é falso» ter premeditado algum tipo de conluio para beneficiar Ana Manso e que «jamais em tempo algum» isso lhe «passaria pela cabeça». «Nunca foi da minha função mexer nos abonos de pessoal dirigente, nem de pessoal médico», afirmou. Admitiu que deve ter ocorrido algum erro do serviço no processamento da informação salarial relativa à arguida Ana Manso. «Tratando-se de um abono fechado manualmente, ainda hoje receberia», se a própria não tivesse alertado para a situação, vaticinou.

O CA da ULS/Guarda que se seguiu a Ana Manso, liderado por Vasco Lino, também vai ser julgado pelo crime de abuso de poder, por autorizar a reposição, pela arguida, dos valores indevidamente processados e inviabilizado a instauração de processo disciplinar aos dois arguidos.

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