O Parlamento aprovou na sexta-feira, por unanimidade, três projetos de resolução de PS, PCP e BE sobre a promoção e a valorização da cestaria de Gonçalo (Guarda).
As três recomendações ao Governo, sem valor de lei, pretendem dar «notoriedade» e «visibilidade» à arte da cestaria, apostar «na formação e na certificação» e na aplicação de «políticas de preservação e difusão» daquela arte tradicional. O PS, através do deputado Santinho Pacheco, sugere no seu projeto de resolução que o Governo «avalie», em colaboração com as autarquias locais, a possibilidade de criação de um Centro para a Promoção e Valorização da Cestaria de Gonçalo, para «assegurar um processo de certificação». Defende também a promoção, controlo, certificação e fiscalização da qualidade, «genuinidade e demais preceitos de produção da Cestaria de Gonçalo». O deputado eleito pelo círculo da Guarda propõe ainda incentivos e apoios, a promoção de ações de formação e de valorização profissional, com vista à sua «divulgação e valorização». E recomenda ainda a possibilidade da existência de uma classificação «quanto à sua origem e qualidade, de forma que seja inscrito em cada cesto o local de manufatura» e lembra que Gonçalo é conhecida «em todo o país como a “Terra dos Cesteiros”».
Já o PCP explica que a produção de vime veio decaindo «por incapacidade de escoamento dos produtos, que competem num ambiente cada vez mais hostil ao produto nacional». Por isso, para relançar o sector, recomenda-se ao Governo que, em articulação com o poder local, «disponibilize meios para a criação de uma estrutura de valorização, salvaguarda e promoção do património cultural e material relacionado com a produção e com o mercado da cestaria de Gonçalo, com capacidade para a certificação da origem e da técnica de cestaria». Por seu lado, o BE considera no projeto de resolução que a cestaria de Gonçalo é «um importante património nacional» e «há mais de 400 anos que ali se fazem cestos e foi dali que a arte da cestaria se espalhou pelo país». Nesse sentido, propõe que se estabeleçam «mecanismos de salvaguarda» da arte tradicional de trabalhar o vime, nomeadamente a qualificação e valorização dos artesãos, e aconselha «o levantamento e inventariação das suas técnicas e processos», bem como o estudo e investigação sobre a história, estética, processos, técnicas e materiais e a divulgação e promoção daquele património.