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Rede de extorsão na comunidade cigana acusada

Justiça

O Ministério Público acusou formalmente 23 pessoas de associação criminosa, usura, extorsão e branqueamento de capitais. O caso foi investigado pela Polícia Judiciária da Guarda que, em 2016 e no ano passado, fez várias detenções e desmantelou a alegada rede que emprestava dinheiro a juros elevados e agredia quem não pagavam a tempo.

Segundo a acusação, o grupo terá espalhado o terror entre dezenas de vítimas de famílias da comunidade cigana do Alentejo e Beira Interior nos últimos anos. O cabecilha do grupo, Domingos Pérolas Monteiro, de 25 anos, está preso na cadeia da Covilhã. Alguns dos arguidos estão também indiciados pelos crimes de incêndio, explosões e outras condutas especialmente perigosas, bem como detenção de arma proibida. O atuação do grupo terá começado em Alter do Chão, sendo que a rede cobrava 100 euros de juros, que não eram abatidos à dívida, por cada 500 emprestados, valor que vigorava até ao pagamento integral e de uma só vez do empréstimo.

Quem falhava era agredido e ameaçado de morte, mas também ficava sem carro e cartões de multibanco e respetivos códigos, que os arguidos terão usado para levantar as mensalidades do Rendimento Mínimo de Inserção dos devedores. Estes bens foram apreendidos pela PJ em várias buscas domiciliárias realizadas em abril de 2017 em que também foram confiscados registos bancários, armas e quase 150 mil euros em dinheiro.

No total, o MP acusou 12 homens e 11 mulheres, com idades entre os 23 e 72 anos, de 57 crimes de usura e 40 de extorsão cada um.

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