A recém-criada Associação Hereditas, com sede na Guarda, foi oficialmente apresentada na passada quarta-feira, nos claustros do Convento de S. Francisco, onde funciona o Arquivo Distrital.
A entidade, que se vai dedicar ao estudo, promoção e defesa do património local, foi formada no final de 2017 e adotou o mesmo nome do grupo que criou as visitas guiadas ao centro histórico da cidade no último ano. Para os próximos tempos estão previstas iniciativas de pesquisa, promoção, recuperação e formação, a realizar, sempre que possível, em parceria com entidades locais e nacionais. «Acreditamos que a melhor forma de defender o património é conhecê-lo e promover a sua fruição pela comunidade e visitantes, reforçando a identidade coletiva», sublinhou o mentor do projeto, Daniel Pereira Martins. No ano passado, o grupo fez 22 atuações pela região, desde a Guarda à Lageosa, passando por Belmonte ou Aldeia Viçosa. «O que está no arquivo, nas ruínas ou na cultura popular não é acessível nem percetível para toda a gente. É por isso que nos propomos fazer essa tradução para diferentes públicos», reforçou o dirigente da Hereditas, acrescentando que o apoio do Escape Livre tem sido crucial para o desenvolvimento das iniciativas.
Esta associação sem fins lucrativos pretende ter utilidade pública e Daniel Pereira Martins considera que há muita cultura «escondida e espalhada, que não está organizada nem traduzida e é fundamental fazer esse trabalho » não só para a população local, mas também para os turistas. Outra das metas da Hereditas é criar um arquivo de memórias. «Queremos gravar toda a gente, pelo menos quem tem mais de 90 anos, pois o que têm a dizer um dia poderá ser válido», defende o dirigente. As recriações do período histórico entre 1199 e 1580 serão para repetir, «mas menos», já que a Hereditas tenciona começar «uma nova etapa» com a época filipina, de 1580 a 1640. «Mas ainda temos que estudar para ver até onde podemos ir», afirmou Daniel Pereira Martins.