No distrito da Guarda 28,8 por cento das farmácias entrou em 2018 numa situação de crise económica, «sem garantias de sobrevivência», alerta a Associação Nacional das Farmácias (ANF).
Dessas, 23,7 por cento dos casos correspondem a penhoras e 5,1 por cento a insolvências. De acordo com o barómetro do MOPE, do Centro de Estudos de Avaliação em Saúde (CEFAR), de um universo de 2.943 farmácias 630 estão em situação económica difícil, sendo que no distrito guardense são 17 os estabelecimentos em dificuldade. O INTERIOR tentou apurar qual a localização destas farmácias, mas fonte da ANF escusou-se a prestar essa informação «por questões de confidencialidade». Dos 19 distritos em avaliação, o de Portalegre é aquele onde a percentagem de farmácias em ações de insolvência e penhora é mais elevada: 32,6 por cento. Segue-se o da Guarda (28,8 por cento) e Santarém (28,6 por cento). Já no distrito de Castelo Branco, a situação não é tão preocupante como no da Guarda, com apenas sete farmácias em dificuldade (7,8 por cento em insolvência e 3,1 por cento em penhora).
Em cinco anos, de dezembro de 2012 a dezembro de 2017, o número de farmácias portuguesas em penhoras passou de 180 para 414. O mesmo aconteceu nas insolvências – subiram de 61 para 216. Segundo os dados do CEFAR, neste período registou-se um aumento de 254,1 por cento no número de insolvências (mais 155 farmácias) e uma subida de 130 por cento de penhoras (mais 234 farmácias). «A economia portuguesa tem dado passos em frente, mas as farmácias continuam a viver num clima de crise e austeridade», declara em comunicado Paulo Cleto Duarte, presidente da ANF.