O PSD vai a votos em eleições diretas entre militantes. Finalmente! A campanha longa não deu para muito. Mas deu para perceber que nenhum do dois candidatos a liderar o maior partido português têm ideias novas para Portugal. A suposta falta de credibilidade de Santana Lopes foi o argumento mais forte contra o regresso do antigo primeiro-ministro. (…) Santana Lopes deixou que sobre ele se abatesse o anátema da falta de credibilidade e das trapalhadas, que de serem tão importantes para a nação até Rui Rio já esqueceu.
(…) Rui Rio apareceu como um credível contabilista que vai pôr as contas em dia do país de Centeno, o ministro que vai mandar no Euro. (…) Mas se o antigo presidente do Sporting e ex-primeiro-ministro será sempre recordado por ser noctívago e pela “má moeda” (…), o antigo presidente da Câmara do Porto nunca será esquecido pela guerra que moveu a Pinto da Costa e ao FCP. E também ficará para os anais do provincianismo torpe e a rigidez mental mais obtusa pela sua perseguição à Cultura no Porto e pela tentativa de destruição das artes performativas.
No final dos pouco esclarecedores debates entre Santana e Rio (…) os portugueses ficaram com dúvidas se o vencedor foi Costa ou Cristas. Mas os militantes do PSD perceberam que Santana pode não aportar nada de novo, mas tem uma auréola que atrai, enquanto Rui Rio, com toda a sua credibilidade e seriedade, tem um atavismo e provincianismo pouco entusiasmante. Os militantes do PSD querem regressar ao poder já em 2019 e para isso deverão preferir Santana mesmo que o país precise mais de um mangas-de-alpaca para cumprir as regras do Euro.
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