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Aumento das portagens «contraria» intenção de valorizar o interior

Agravamento em 1,4 por cento das taxas de portagens nalguns lanços da A23 e da A25 apanhou comissões de utentes de surpresa

O ano começou com um aumento em vários serviços, entre eles nas portagens da A23 e A25. Uma medida que «surpreendeu» a comissão de utentes da A23, que tem exigido exatamente o contrário. Há cerca de ano e meio houve uma redução de 15 por cento no valor a pagar nesta antiga SCUT, mas a medida foi considerada «insuficiente», no entanto permitiu acreditar que seria possível «uma redução gradual até à sua abolição total», recorda o porta-voz do movimento.

Com a chegada de 2018 Marco Gabriel admite que esperava que o Orçamento de Estado deste ano trouxesse «mais uma diminuição», pelo que se diz não só «desiludido» com a não concretização desse anseio, como também está preocupado com um aumento de 1,4 por cento das tarifas, que tem por base a aplicação do Índice de Preços no Consumidor (IPC). Esta subida afeta alguns sublanços na região, entre eles os de Alcaria-Covilhã Sul, Covilhã Sul-Covilhã Norte, Covilhã Norte-Belmonte Sul, Belmonte Sul-Belmonte Norte, Belmonte Norte-Benespera, Benespera-Guarda e Guarda-Pinhel, de acordo com informação da Globalvia. Em todos estes troços de auto-estrada a subida no preço foi de 0,05 cêntimos: nos sublanços Alcaria-Covilhã Sul e Covilhã Sul-Covilhã Norte o aumento foi para a classe 4, mantendo-se as restantes inalteradas. Nos troços Covilhã Norte-Belmonte Sul e Belmonte Sul-Belmonte Norte houve uma subida de 0,05 cêntimos nas classes 1 e 2. Já nos lanços Belmonte Norte-Benespera, Benespera-Guarda e Guarda-Pinhel o aumento é apenas para a classe 4.

Numa altura em que tanto se fala na valorização do interior, Marco Gabriel conclui que com este aumento «assistimos ao contrário do que tem vindo a ser a propaganda». Além de considerar a subida de preços «lamentável», teme que possa vir a ter consequências negativas para algumas empresas. «Já assistimos ao aumento de outros serviços que implicam diretamente um aumento do custo de vida e com um aumento das portagens, investir no interior passa a ter uma dupla tributação», considera o porta-voz do movimento. O responsável acredita que, perante esta medida, «alguns empresários começam a fazer contas à vida e a pensar se será rentável aqui ficar». Apanhada de surpresa, a plataforma pelo fim das portagens na A23 ainda não definiu quais serão os próximos passos a dar, mas Marco Gabriel garante que «iremos continuar na luta e iremos manifestar-nos contra». Para já, pede aos partidos na Assembleia da República «um entendimento global e não defraudem as pessoas da região que também os elegeram».

Novas tarifas também na A25

Na auto-estrada que liga Aveiro a Vilar Formoso também se registaram aumentos. Nos sublanços da região registou-se uma subida de cinco e dez cêntimos. No caso de Fornos de Algodres-EN330 (Celorico) há uma subida para veículos de classe 2. Entre os nós do IP2/IP5 e a Guarda o aumento é de cinco cêntimos nas classes 3 e 4 e no sublanço Guarda-Guarda/ Pinhel a tarifa sobe 10 cêntimos para a classe 2 e cinco para as classes 3 e 4. Já entre Pínzio e o Alto do Leomil a portagem vai custar mais cinco cêntimos para a classe 1 e 3 e dez cêntimos para a classe 2.

O método de atualização das portagens inclui um mecanismo de arredondamento das taxas para o múltiplo de cinco cêntimos mais próximo. Ou seja, se os aumentos forem inferiores a 2,5 cêntimos, a portagem manter-se-á inalterada. No entanto, se o aumento for superior a 2,5 cêntimos, há um arredondamento automático para cinco cêntimos.

Ana Eugénia Inácio Portagens nas ex-SCUT começaram em dezembro de 2011

Comentários dos nossos leitores
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
O interior só existe para propaganda em tempo de eleições. A realidade é preocupante pois todas as medidas tem por finalidade desmotivar a fixação de pessoas no interior provocando a desertificação. O interesse dos grandes grupos económicos é fixar mais pessoas em Lisboa, o resto será paisagem.
 
cc cc@gmail.com
Comentário:
Exigimos, para bem do INTERIOR que 164 medidas sejam levadas a cabo.
 
Antônio Vasco S. Silva Vascosil@live.com.pt
Comentário:
Portugal continua a olhar o seu interior com desleixo. Nós que o habitamos temos de nos unir na defesa desta região. Não é apenas o pagamento que está em causa, é sobretudo o desenvolvimento e a justiça com que somos tratados. Este é sem dúvida um processo que compromete o desenvolvimento e impede que sejamos uma região aliciante para o investimento. É urgente que o povo se faça ouvir na defesa de uma causa justa. Só com medidas sérias podemos fazer ouvir a nossa voz. Continuamos a não ter peso político e somos apenas usados na política de bem falantes, com os partidos a tirarem partido da nossa desgraça na caça aos votos.
 

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