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Expetativas, sim… mas a curto prazo!

O ano de 2018 adivinha-se como um ano, de acordo com o Orçamento de Estado que nos foi apresentado, populista, a pensar no momento presente e esquecendo o futuro ou o passado difícil, que vivemos há bem pouco tempo e que ainda não esquecemos, nem esqueceremos tão cedo, ou seja é um Orçamento de Estado a pensar a curto prazo.

Tivemos um ano de 2017 glorificado por breves alegrias, mas também perturbado por momentos de desolação e sofrimento. Vivemos momentos portentosos com a vinda do Papa a Portugal, com o triunfo da nossa música na Europa, das artes, do desporto, da ciência e do turismo, grande motor da economia nacional. Vimos a economia crescer, a confirmação do fim do défice excessivo, a dívida pública a reduzir e sentimos maior confiança com medidas mais populares no combate à pobreza e desigualdades sociais, tudo isto fruto de um trabalho já iniciado no anterior Governo, continuado pelo atual, mas, essencialmente, fruto da determinação e esforço que os portugueses sempre demonstraram ao longo da história.

Podemos afirmar que foi um ano repleto de sucessos e alegrias, não fossem as adversidades surgidas no Verão, como o fenómeno ocorrido em Tancos, as tragédias verificadas no Funchal, a seca e os trágicos incêndios, que além das perdas materiais e ambientais nos ceifaram muitas vidas humanas. No entanto, revelaram a solidariedade, união, humanismo e sentido de responsabilidade dos portugueses, com a reconstrução material e espiritual levada a cabo por muitos anónimos e instituições.

É nesta coragem e espírito de solidariedade dos portugueses que eu acredito e coloco as minhas expetativas, estas sim, a longo prazo, porque este espírito dos portugueses ninguém nem nada destrói. Espero que estas tragédias não sejam esquecidas e permitam ao Estado perceber o valor do Portugal abandonado no Interior, não se isentando de responsabilidades nos momentos críticos. Espero que estas tragédias não fiquem na nossa memória como uma lembrança de fracasso, mas sim que sejam uma razão para a mudança, recusando um Interior condenado ao atraso, estagnação e resignação. É necessário um Estado mais próximo dos portugueses, disponível a resolver os problemas do Interior, pois só assim pode haver maior gestão, com mais competência e exigência. A carga fiscal que nos impõe, o aumento das portagens nas SCUT e autoestradas, além de outras taxas, obriga-nos a exigir um Estado mais competente e exemplar. No entanto, deparamo-nos com um Estado excessivo no tempo que demora a decidir, com falhas na Segurança, Proteção Civil, Saúde… Um Estado que revela cada vez menos recursos, quando se financia com os nossos impostos, que são cada vez mais.

A reorganização do território é urgente! Há necessidade de simplificar, diminuir a carga fiscal e criar esquemas fiscais para que as empresas se fixem no Interior e criem emprego, evitando o êxodo para o Litoral.

O grande desígnio para os próximos tempos é a aposta no equilíbrio do território, com uma visão integrada deste para o seu desenvolvimento global.

Também espero que este ano vejamos a corrupção castigada de forma exemplar, como o caso “Marquês”, porque sabemos que esta existe, embora acredite que a maioria dos políticos seja séria. Embora, o Ministério Público tenha tido a coragem de julgar os poderosos, exige-se um Ministério Público mais atuante e eficaz no combate à corrupção.

Ainda, estou confiante, mas a longo prazo, que possamos entrar num caminho de engrandecimento do país, acreditando na possibilidade de Portugal crescer, chegando ao nível dos países mais desenvolvidos da Europa, através do equilíbrio territorial e acreditando em nós próprios.

Num contexto mais próximo, a nível local, espero que o município da Guarda continue no bom caminho iniciado há quatro anos e do qual me orgulho de ter feito parte, como vereadora, no sentido da afirmação deste território, da promoção do emprego e empreendedorismo, valorização dos nossos produtos, quer materiais quer imateriais, do crescimento do turismo e na promoção de medidas que combatam as desigualdades sociais e a desertificação.

Espero que a curto prazo consigamos evitar a saída dos jovens e construir um concelho atrativo, dinâmico, captador de gente e de iniciativas, aproveitando os nossos recursos e cativando outros.

Cabe-nos a nós este combate, a mesma vontade de vencer afirmando o que une as pessoas do nosso território, os nossos valores, a nossa força… É por isso que acredito nas gentes do Interior e crio grandes expetativas, estas sim, a longo prazo.

Aproveito para desejar a todos um ano com muita Saúde, Paz e já agora com muitos momentos de Felicidade, sim, porque esta é feita de momentos e a curto prazo.

Ana Isabel Baptista*

* Professora e vice-presidente da comissão política distrital do CDS-PP da Guarda

Sobre o autor

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