A Universidade da Beira Interior (UBI) continua a dar cartas no mundo académico e isso reflete-se no número de alunos que escolhem a instituição de ensino. Nos últimos três anos o número de estudantes subiu consecutivamente e este ano não foi exceção, pelo contrário: a UBI alcançou o melhor recorde de sempre – 7.262 alunos.
Fundada em 1986, a universidade covilhanense é a mais jovem do sistema de ensino superior público e este aumento de estudantes é «sinal de que a qualidade é transversal» a todas as áreas científicas às quais a UBI se dedica em termos de ensino e investigação. Mas a universidade não se destaca apenas a nível nacional. São cada vez mais os estrangeiros que optam por vir estudar para a Covilhã – no ano passado a fasquia dos mil estudantes foi ultrapassada e este ano frequentam a UBI 1.176 alunos estrangeiros. «Todos estes dados evidenciam que a Universidade da Beira Interior está entre as preferências de quem pretende fazer um curso superior, independentemente da nacionalidade», refere a instituição, acrescentando que isso já tinha ficado «claro» na fase de acesso com a UBI a conseguir «as maiores percentagens de colocação comparativamente com as instituições geograficamente afastadas do eixo litoral».
Também no Instituto Politécnico da Guarda (IPG) a fasquia dos mil estudantes foi ultrapassada e este ano já chegaram à “cidade mais alta” mais de 120 estudantes estrangeiros. «A vinda dos estudantes estrangeiros não é regular, vai ocorrendo ao longo do ano conforme a emissão dos vistos», sublinhou o presidente do IPG, acrescentando que, «em princípio, utilizaremos a totalidade das 130 vagas».
UBI abre 248 vagas para estudantes internacionais
Até 19 de janeiro estão abertas as vagas reservadas aos estudantes internacionais na UBI. Este ano há 248 lugares em 28 cursos de graduação nas áreas das Ciências Sociais e Humanas, Artes e Letras, Ciências, Engenharia e Saúde. Com a abertura deste concurso, «a UBI dá oportunidade a mais algumas centenas de alunos de obterem formação superior numa instituição europeia em franco crescimento no número de alunos, tanto portugueses como estrangeiros», refere a instituição em comunicado.
Mais alunos estrangeiros, mais população residente
Cerca de 82,3 por cento dos cidadãos estrangeiros residentes fazem parte da população potencialmente ativa (166.375 de 327.215 são jovens entre os 20 e os 39 anos). A nível nacional, o distrito de Castelo Branco foi aquele que registou a maior subida no número de cidadãos estrangeiros residentes (mais 11,9 por cento). Segue-se Bragança (mais 11,6 por cento) e Guarda (mais 9,5 por cento). Ainda assim, o distrito da Guarda continua a ser aquele que tem menos estrangeiros residentes (1.845). Esta subida da população estrangeira residente deve-se, em parte, ao facto das universidades e politécnicos serem cada vez mais convidativos.
Na UBI a fasquia dos mil estudantes estrangeiros foi ultrapassada (1.176) e, segundo o reitor, atualmente «perdem-se alunos nacionais, única e simplesmente por questões demográficas, e ganham-se internacionais». «Estamos satisfeitos, a atratividade este ano foi grande», reforçou António Fidalgo. Também o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) tem cativado mais estudantes. Questionado sobre se o aumento de população estrangeira a residir na Guarda se deve ao Politécnico, Constantino Rei não tem dúvidas: «Naturalmente que sim», responde. O presidente admite que «falta criar condições para que esses alunos cá permaneçam», acrescentando que o alojamento é o principal desafio. «É importante criar condições para que o aumento de procura por parte de estudantes internacionais continue nos próximos anos», ambiciona Constantino Rei.
Sara Guterres