Ao ser desafiado por O INTERIOR para escrever sobre as expetativas para 2018, começo da forma como tinha pensado terminar, dizendo que gostaria que este fosse um ano em que a política pudesse trocar a arte da dissimulação pela ética na atuação.
Que 2018 seja mais um ano marcado pela energia do Presidente da República, a amizade genuína do Ministro Santos Silva, a coesão familiar dos Césares e que fossem raríssimas as coisas más. Não me quero esquecer que se deveriam fechar todos os paióis para que os amigos das armas alheias possam continuar a desenvolver a sua atividade de forma lucrativa, sem terem que reportar a exercícios futuros os prejuízos do ano passado.
Na causa ambiental, a minha expetativa era que a poda na árvore genealógica socialista fosse já feita de acordo com o Regulamento Municipal de Gestão do Parque Arbóreo da Guarda, para desassombrar o Governo de um Primeiro-Ministro que vê a burocracia domada, sem se dar conta que a fera anda à solta e a fazer estragos ao investimento na cidade mais alta.
Desejaria também que este ano o pernil não caísse de maduro sem antes se verem as vacas voar e sem que se trocassem as restantes partes do cerdo por petróleo da Venezuela, para que o chavão do fim da austeridade não seja uma autêntica barbaridade.
2018 deveria ser igualmente o ano em que alguém, entre socratistas e/ou costistas, se assumisse como legítimo proprietário do buraco negro do ano de 2011, mesmo que fosse com direito a devolução de IVA e isenção de tributação em IMI, para que nada ficasse sem dono e não houvesse desculpas para justificar que um qualquer novo incêndio na cratera se tenha ficado a dever ao desleixo de um anónimo possuidor ou que a culpa da escassez de água seja imputada a S. Pedro e não a quem tirou a válvula da banheira de Girabolhos.
Neste ano que agora se inicia, importaria que o facto de não haver uma Autoeuropa no distrito da Guarda não fosse razão para que a extrema-esquerda confundisse o interesse do potencial de investimento partidário com o potencial do interesse da aprovação do Estatuto Fiscal para o Interior, numa assembleia de deputados com maioria deles em versão coluna de molusco e ética de parasita, que apenas se entretêm a legislar em benefício próprio.
Que 2018 fosse o ano em que o Ministro da Agricultura pudesse puxar da costela de D. Dinis, que diz ter, e promovesse o reforço de meios humanos para a conservação da natureza e da biodiversidade e para a prevenção de fogos florestais. Que abandonasse as ideias de limpezas eucaliptais nas manchas negras que lhe ficaram no currículo e apoiasse a reflorestação com folhosas autóctones.
Não seria justo da minha parte não desejar também que os próximos doze meses fossem o momento oportuno para que o adicional do IMI e a derrama especial para empresas passassem a ser pagos com fundos da antiga dependência do Banco de Portugal da Figueira da Foz, ficando Camilo Mortágua e as suas duas filhas como fiadores e principais responsáveis pela efetivação da respetiva liquidação tributária.
Termino da forma como deveria ter iniciado, dizendo com toda a sinceridade que as minhas primeiras expetativas são as de um Ano Novo pleno de sucesso, paz e muita saúde para todos nós.
Henrique Monteiro*
* Presidente da Distrital do CDS-PP