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Recordar Viriato Louro…

Anotações

Nos últimos meses a fotografia tem estado em destaque na Guarda, quer através de algumas iniciativas interessantes e oportunas, quer pela presença de nomes consagrados desta arte e, ainda, pela difusão que as redes sociais dão a antigos registos fotográficos desta cidade.

E neste mês, há catorze anos, a Guarda perdia um olhar atento sobre a sua realidade; com a morte de Viriato Louro, então o mais antigo fotógrafo da cidade, não foi apenas o profissional que partiu mas também um defensor incondicional desta que ele tanto gostava de fixar através das suas objetivas, em múltiplos eventos, nos gestos simples das pessoas ou nos traços das ruas e monumentos.

Homem simples, de contacto fácil, protagonista de muitas estórias, Viriato Louro foi um colaborador permanente da imprensa regional, sobretudo antes da afirmação da fotografia digital e da conquista das redações pelas novas tecnologias de informação. A sua disponibilidade era constante, tendo ilustrado muitos textos com as suas fotografias; noutros casos, por iniciativa própria, funcionando como autêntico repórter-fotográfico, confrontava os responsáveis editoriais com registos irrecusáveis e de elevado sentido de oportunidade, vertendo na imagem a confirmação da sua potencialidade, em palavras. Como contrapartida apenas queria a identificação das fotos, o que, aliás, era um direito inalienável.

O gosto pela fotografia, a colaboração desinteressada com a imprensa regional (que ajudou a valorizar), a paixão por esta zona do interior onde desenvolveu – em mais do que uma localidade – a sua profissão, eram impressões que emergiam logo num primeiro contacto com Viriato Louro. Observador atento, ao longo dos anos captou, para a posteridade, milhares de imagens, sob ângulos ou pretextos diversos, em conjunturas diferenciadas ou atos, irrepetíveis, marcantes na vida da Guarda e do seu distrito.

Daí que recordar, salvaguardar e divulgar o seu legado seja uma forma de perpetuar a sua memória, de o homenagear e igualmente de contribuir para a preservação de documentos fotográficos com significativo interesse, sob diversos pontos de vista, para a história da cidade e da região.

É um ato de justiça para com o homem, o fotógrafo e a fotografia.

Por: Hélder Sequeira

Comentários dos nossos leitores
Túlia Rolim tulipinhel@gmail.com
Comentário:
Um Homem determinado, amante da arte, nomeadamente da fotografia, fez do seu estúdio uma verdadeira escola. Muitos por ali passaram, a muitos deu a oportunidade de uma vida tão bonita. Que me lembre, fundou um verdadeiro império. Sem dúvida que merece esta homenagem.
 

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