O bispo da Guarda considerou que os serviços públicos «deviam ter estado mais presentes a ajudar as pessoas» afetadas pelos incêndios florestais de 15 e 16 de outubro.
«Quando falo em máquina do Estado, não falo só das figuras públicas que aparecem na televisão. Eu falo nos serviços que o Estado tem distribuídos pelo território e que deviam de ter estado mais presentes a ajudar as pessoas, a dizer-lhes como é», disse Manuel Felício aos jornalistas, à margem da leitura da mensagem de Natal na passada quarta-feira. O bispo, que também aborda o assunto na mensagem, afirmou ainda que «tem havido resposta lenta, lenta, lenta. Tinha que ser mais rápido». «Sabemos bem que a madeira queimada se for imediatamente tratada num prazo razoável vale xis, se for agora depois das chuvas, vale um quarto de xis», exemplificou o prelado. Manuel Felício acrescentou que passaram dois meses sobre o último incêndio e já tinha havido uma experiência anterior, em junho, e em «dois meses era para se fazerem muito mais coisas do que se fizeram». «Por exemplo, o levantamento, o cadastro das situações, não está feito. E devia estar feito porque houve tempo de o fazer. E isso era prioritário para nós agora darmos respostas devidas às pessoas», criticou.
O bispo da Guarda deseja que «as situações não se repitam» e sustenta que o país deve «preparar as pessoas e as respostas e a coordenação das respostas para a eventualidade do drama se repetir». Já na mensagem de Natal intitulada “O Natal de Jesus, Salvador”, Manuel Felício lembra que a experiência dos incêndios foi um «verdadeiro teste» à vida comunitária, «sobretudo à capacidade de resposta de pessoas e instituições em situações emergentes como estas».