A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) considera que o Hospital da Guarda falhou no atendimento a grávida que perdeu o bebé nas Urgências, em fevereiro passado.
A mulher estava grávida de 37 semanas.
O caso ocorreu a 16 de fevereiro de 2017, quando a mulher deu entrada na unidade de saúde às 09h30 com uma pequena perda de sangue. Às 10h40, segundo as conclusões do inquérito instaurado internamente e que consta de uma deliberação da ERS, o obstetra realizou uma ecografia, tendo constatado a ausência de batimentos cardíacos do feto. No entanto, «no relatório de urgência remetido pela Unidade Local de Saúde da Guarda (ULSG) não existe qualquer registo da realização de ecografia, a hora a que foi realizada nem o resultado do exame», constatou a ERS.
O regulador identificou um «alegado tempo de espera excessivo para atendimento da utente após a sua admissão no serviço de urgência, não havendo registos de ter sido efetuada triagem, nem da sua adequada monitorização e vigilância clínica durante o período de espera». Foi ainda apurada «uma eventual não garantia de que os registos clínicos dos utentes sejam fiáveis e reproduzam a real situação clínica, bem como os cuidados, efetivamente, prestados», recordando que «não há registo de observação ginecológica, da audição da auscultação fetal, nem da avaliação dos sinais vitais da grávida». Registou-se ainda «uma eventual existência de falta de comunicação e articulação entre os diversos profissionais de saúde presentes» no serviço de urgência.