A Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo anunciou na semana passada a criação de um programa para apoio a munícipes com mais de 65 anos e pessoas portadoras de deficiência, que irão receber três euros por hora em trabalhos como limpeza de ruas e jardins. Trata-se de um projecto que vai dar os primeiros passos a partir de hoje.
«Mais de um terço da população tem mais de 65 anos», refere Armando Pinto Lopes, presidente do município, explicando que o novíssimo programa nasceu para possibilitar a ocupação de pessoas que «não desempenham actualmente qualquer actividade», acrescenta o edil. Para contrariar esta realidade, a autarquia implementou o Programa Operacional para Reformados, Pensionistas e Pessoas Portadoras de Deficiência, dotado inicialmente de uma verba de 50 mil euros, montante que poderá aumentar com eventuais doações, subsídios ou donativos por entidades públicas ou privadas. A iniciativa pretende ocupar as pessoas daquele grupo etário entre os meses de Junho e Setembro em tarefas de carácter comunitário, como a limpeza de ruas, pequenos arranjos, pinturas e trabalhos relacionados com a conservação de mobiliário urbano e de outros equipamentos públicos, a criação, tratamento e arranjo de jardins ou zonas verdes ou o arranjo e limpeza de caminhos. Para além de cumprirem tarefas comunitárias, os idosos ocupam ainda os seus tempos livres e terão também «um rendimento acrescido à “magra” pensão», refere Armando Pinto Lopes. Esta é uma tentativa de fazer com que «os nossos “séniores” se sintam importantes e úteis à comunidade», acrescenta o autarca.
Cada participante deverá prestar pelo menos quatro horas diárias de serviço, o que totalizará um rendimento de pelo menos 12 euros por dia. «O programa tem estado a trabalhar a 50 por cento, mas a partir de 1 de Julho vai funcionar em pleno», adianta. Apesar dos serviços do município ainda não terem um número definitivo de interessados em participar, o autarca acredita que o programa vai atrair cerca de centena e meia de munícipes inactivos. De resto, está também prevista a ocupação na desmatação do perímetro urbano ou de outros locais que careçam deste tipo de intervenção, beneficiação e embelezamento de cemitérios, reconstrução de muros, paredes, vedações, calçadas e passeios. A desobstrução e limpeza de leitos de ribeiras e outras linhas de água, de nascentes, fontes, chafarizes e bebedouros, a colaboração com os bombeiros, sapadores florestais e trabalhadores municipais em acções de prevenção de incêndios florestais ou prestação de apoio logístico são outras tarefas que poderão ser desenvolvidas pelos participantes. O programa conta ainda com o apoio de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) locais e das Juntas de Freguesia. Por tudo isto o autarca está confiante de que a iniciativa tem «todas as possibilidades para ser um sucesso».
Patrícia Correia