Na sequência da evolução da Teoria atómica iniciada no texto anterior, vamos agora olhar para a contribuição de Loschmidt (865). Este químico tentou responder à questão “qual será o tamanho de uma molécula” usando: (a) a relação entre o tamanho de moléculas de gás com a distância que elas percorrem entre duas colisões; (b) o volume de moléculas “empacotadas” num líquido frio.
Encontrou um valor considerado correto, de cerca de um nanómetro para o tamanho de uma molécula.
Outra contribuição com grande relevo foi a protagonizada por Einstein (1905). Na sua tese de doutoramento, Einstein previu que as hipotéticas moléculas de um líquido deveriam moer-se caoticamente e, ao chocarem com as partículas suspensas de dimensão muito maior, as partículas passariam a ter movimentos irregulares e ao acaso, passível de ser observado ao microscópio – movimento browniano. Deste movimento, Einstein determinou com exatidão as dimensões das moléculas hipotéticas que agora passavam a ser reais.
Como foi possível constatar, a Teoria Atómica é uma ideia que se molda às circunstâncias tecnológicas de cada época, sendo reformulado em função dos novos conhecimentos científicos e tecnológicos que vão sendo produzidos.
Face a isso, não é de estranhar que o modelo atómico atual esteja bem distante do que inicialmente se pensava que seria a constituição de um átomo. Assim, o modelo atualmente aceite para representar o átomo chama-se modelo da nuvem eletrónica.
Os principais cientistas responsáveis por esta proposta foram Heisenberg, Schrodinger e Dirac. No entanto houve também outras contribuições importantes que permitiram que chegássemos ao modelo que hoje consideramos como válido.
Este modelo indica-nos que o átomo é formado por uma pequena região central, chamada núcleo, onde existem dois tipos de partículas: os protões e os neutrões. Em volta do núcleo existe uma região muito maior que se chama de nuvem eletrónica, e é nela que se encontram os eletrões. Este modelo assenta em pressupostos que podem ser definidos do seguinte modo: – o átomo é constituído por um núcleo, onde se encontram os protões e os neutrões. À sua volta existe a nuvem eletrónica, zona do átomo onde se encontram os eletrões; – a nuvem eletrónica é uma forma de representar a zona do átomo à volta do núcleo, onde se encontram os eletrões; – não existem órbitas definidas para os eletrões, mas sim orbitais (zonas mais densas que correspondem a uma maior probabilidade de encontrar o eletrão); – os eletrões movem-se a grande velocidade, no espaço à volta do núcleo, não sendo possível localizá-los; – o átomo é neutro, pois o número de eletrões e de protões é igual; – o volume do átomo é determinado pela nuvem eletrónica, uma vez que o núcleo possui dimensões muito menores do que a nuvem eletrónica; – os átomos são partículas de dimensões muito reduzidas; – a massa de um átomo é praticamente igual à massa do seu núcleo.
Como foi referido, este modelo está condicionado pela tecnologia que atualmente existe ao dispor da Ciência, pelo que não será de estranhar que no futuro esta ideia seja abandonada…
Por: António Costa