Arquivo

Câmara da Guarda protesta junto do Governo por causa do TGV

Autarquia quer explicações sobre escolha de Viseu e avisa que não vai desistir de uma paragem na zona da Guarda

A Câmara da Guarda aprovou quarta-feira uma moção de protesto, que será enviada ao Governo, a exigir explicações sobre a ausência, no estudo preliminar da linha Aveiro-Salamanca, de uma paragem do comboio de alta velocidade na cidade. A posição da autarquia surge na sequência da decisão recente do Conselho de Ministros que prevê para Viseu a única paragem intermediária naquele troço. Para além desta deliberação, Maria do Carmo Borges garantiu aos jornalistas que a autarquia vai continuar a exigir a paragem do TGV na cidade.

«A Guarda tem o privilégio de ter a situação geográfica que tem», justificou, referindo-se aos cruzamentos das auto-estradas da Beira Litoral e Alta (A25) e da Beira Interior (A23), bem como das linhas férreas das Beiras Alta e Baixa. «A Câmara agiu no tempo certo, alertámos, fizemos e solicitámos reuniões. Tive o cuidado de o dizer em reuniões do Conselho da Região e de me bater sempre pela defesa intransigente de que a Guarda tinha forçosamente de ser contemplada com uma paragem na futura linha de mercadorias e média velocidade entre Aveiro e Salamanca», adiantou. A presidente recordou ainda que esta posição foi também tomada através da Assembleia Municipal e da Câmara, pelo que o Governo «não pode vir dizer que, como é só em 2015, isto pode ser corrigido», sublinhou. «O que é importante é que o Governo tivesse agora sentido a necessidade de dizer, com clareza, que o estudo preliminar que dava uma paragem na Guarda iria ser cumprido», desafiou Maria do Carmo, acrescentando que um dos vereadores do PSD disse que «estas decisões são políticas». «Se assim é, então era bom que os políticos do partido que sustenta o Governo deste país tivessem feito o trabalho de casa, que não é assim tão difícil, porque a Guarda tem o privilégio de ter a situação geográfica que tem», referiu.

Por sua vez, a vereadora e deputada do PSD Ana Manso sublinhou ser «importante que seja exigido ao Governo que a Guarda tenha o lugar que merece em relação ao TGV», garantido que os social-democratas «não vão desistir de equacionar sempre a questão da paragem do TGV na região da Guarda até que esta seja uma realidade o mais rápido possível». De resto, a líder da oposição à maioria socialista considerou o estudo preliminar do comboio de alta velocidade «complexo», mas manifestou a convicção de que o mesmo irá «sofrer ajustamentos» até 2015. «A Guarda, pela sua tradição ferroviária e pela sua posição geoestratégica, merece e exige, em termos de desenvolvimento equilibrado das regiões, uma paragem do TGV», afirmou Ana Manso. Entretanto, os vereadores social-democratas sugeriram ainda que a moção aprovada pelo executivo municipal da Guarda possa vir a ser subscrita pelas restantes câmaras do distrito.

Sobre o autor

Leave a Reply