O Comando Territoral da GNR da Guarda celebrou o nono aniversário e os 103 anos desde a chegada, em 1914, da primeira força organizada da GNR ao distrito da Guarda. As comemorações decorreram segunda-feira na Praça António Sousa Júnior (antiga Praça da República), em Almeida, e contaram com a presença da secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto.
«A proximidade aos cidadãos foi a nossa principal aposta», começou por dizer o comandante distrital Cunha Rasteiro, que faz um balanço «muito positivo» deste ano e reforça que os «grupos mais vulneráveis, especialmente idosos e crianças» foram o enfoque do comando. «No âmbito do programa “Idosos em Segurança” levamos não apenas segurança, mas também solidariedade e dignidade às centenas de idosos que vivem isolados, nas mais recônditas aldeias e lugares», disse Cunha Rasteiro, adiantando que aumentaram para o dobro – passaram de cinco para dez – o número de “Núcleos de Idosos em Segurança” no distrito guardense. O responsável destacou a importância das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia neste processo de aproximação e realçou que só assim é possível «cumprir os objetivos propostos e abalançar para novos desafios».
Mas, como diz o provérbio, “nem tudo são rosas” e o comandante Cunha Rasteiro destaca como principal preocupação a sinistralidade rodoviária. «Estamos perante um dos fatores mais críticos do nosso distrito. A insegurança rodoviária não se combate apenas com medidas policiais, é necessário envolver e fomentar a cooperação entre as entidades com responsabilidades nesta matéria», confessou o coronel, afiançando que «reprimir não basta, é preciso que toda a sociedade se empenhe ativamente nesta questão». Quanto ao que ainda falta fazer, Cunha Rasteiro assegura que é crucial continuar a promover «uma maior aproximação». «Os cidadãos pensam que as forças de serviço de segurança servem apenas para reprimir e essa ideia tem que ser afastada», ambiciona.
Na cerimónia, a secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna garantiu que o Governo está a procurar «dar resposta, dentro do possível, aquilo que são as necessidades do distrito», nomeadamente em termos de viaturas e infraestruturas. Isabel Oneto aproveitou a ocasião para anunciar que o projeto de execução da Alfândega de Vilar Formoso «está prestes a ser concluído» e assegurou que há outros investimentos para o distrito que «ascendem a 3,5 milhões de euros». A questão dos equipamentos de proteção individual – como os coletes balísticos, armas e comunicações – também são uma preocupação da secretária, que espera que em breve «possam começar a chegar» ao comando. Quanto às necessidades, o comandante Cunha Rasteiro diz apenas que a Guarda «tem os meios necessários» para fazer face à sua missão: «Evidentemente que o bom é amigo do ótimo e nós queremos sempre mais. A tutela está atenta a estas situações e tem feito chegar as nossas preocupações», referiu. Na cerimónia, que terminou com um desfile das forças em parada, foram ainda entregues condecorações a militares e homenageados os militares já falecidos
Resultados da atividade operacional são positivos
No seu discurso, Cunha Rasteiro deu a conhecer alguns resultados da atividade operacional realizada, este ano, pela GNR no distrito. «Neste registo salientaria o número de patrulhas lançadas, cerca de 36 mil – apeadas, motorizadas e em bicicleta -, as mais de 1.000 detenções e as 350 armas apreendidas», disse. Em matéria de tráfico ou posse de estupefacientes foram detidos 130 cidadãos e apreendidas mais de 25 mil doses de haxixe, heroína, cocaína, drogas sintéticas, entre outras. No que respeita à Investigação Criminal foram elaborados cerca de 300 inquéritos e detidos 345 indivíduos pela prática de vários crimes. O coronel Cunha Rasteiro adiantou ainda que o Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) elaborou «cerca de 300 inquéritos de violência doméstica, tendo sido detidos 28 indivíduos». «No que respeita à defesa da floresta contra incêndios foram elaborados 255 autos por ilícitos criminais e 617 contraordenacionais, identificados 40 indivíduos suspeitos e efetivadas 11 detenções», enumerou o comandante. «Os resultados elucidam, de forma clara, a dimensão da nossa atividade. Mas, mais que os números apresentados, o reconhecimento da população constitui um incentivo na medida em que confere um sentimento de dever cumprido», sustentou Cunha Rasteiro.
Sara Guterres