A nova Viatura de Intervenção Rápida (VIR) com material de desencarceramento foi a grande novidade das comemorações dos 129 anos dos Bombeiros Voluntários da Covilhã (BVC). O fim-de-semana ficou marcado pelos exercícios de simulação à eficácia e teste daquele equipamento, reivindicado há muitos anos pela associação humanitária local e que assumiu maior relevância após a abertura da A23. O material chegou uma semana antes da efeméride, mesmo a tempo de ser a «menina dos olhos» do comandante da corporação, José Flávio.
O equipamento foi adquirido com um subsídio atribuído pelo ministro da Administração Interna (MAI), Figueiredo Lopes, na visita em Abril passado. «Somos das corporações no país e no distrito mais bem equipadas em material de salvamento e de desencarceramento», sublinhou o comandante, tendo em conta que a Covilhã ainda vai receber da parte da Câmara mais material do género para instalar numa viatura pesada. Além desta VIR, cedida pela Direcção-Geral do Património e cujo material custou cerca de 7,5 mil euros euros, a corporação baptizou ainda no domingo um jipe de comando e uma ambulância com rampa eléctrica e funcionalidade de fisioterapia. Já a auto-escada, que no último aniversário tinha sido a maior reivindicação da direcção, foi omitida este ano dos discursos oficiais. Mas nem por isso deixou de ser prioritária para a corporação. «A auto-escada faz-nos uma falta extraordinária. Não desarmo, mas estou a pregar no deserto», desabafou Emídio Martins, que assegurou não ter esquecido o ambicionado equipamento nem a «discriminação» a que o concelho foi sujeito há uns anos. O responsável pelos BVC chegou a escrever uma carta a Figueiredo Lopes, antes da sua vinda à Covilhã, a dar conta dessa alegada «discriminação» pela não atribuição de uma auto-escada, tendo ainda solicitado uma «listagem dos equipamentos disponibilizados nos últimos 20 anos no distrito».
Mas até agora não houve resposta e a novena ficou para outra altura. «Agora não há condições» referindo-se à falta de dinheiro e ao facto do actual Governo «estar a prazo». O comandante José Flávio também preferiu não falar na auto-escada por ser «muito difícil os BVC adquirirem-na» devido ao elevado custo do equipamento – 550 mil euros.
Por agora, a grande aposta dos voluntários da Covilhã será a ampliação das instalações do quartel, a aquisição de um veículo de transmissões, equipado para estabelecer comunicação com várias entidades sem qualquer interferência, e um sistema de vigilância do próprio quartel, tal como a gravação das chamadas e a localização das viaturas de mato. A efeméride ficou ainda marcada pela distinção de José Flávio com a medalha de ouro por «assiduidade e dedicação» à associação e pela apresentação dos dois volumes do livro “Vida e Obra dos BVC”, de João de Jesus Nunes. Uma obra com mais de mil páginas.
Liliana Correia