A taxa de pensionistas por Sobrevivência tem aumentado significativamente no concelho da Covilhã, tendo crescido 33 por cento de 1991 para 2002, apesar da maior parte dos pensionistas o serem por velhice. Esta é a principal conclusão do estudo do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES) da Covilhã, que analisou comparativamente, através de dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os indicadores da Segurança Social em Portugal, na região Centro, na Cova da Beira e na Covilhã entre 1991 e 2002. O estudo, liderado pelo professor catedrático em Economia da Universidade da Beira Interior (UBI), Pires Manso, teve como objectivo observar a evolução do número total de pensionistas e qual a sua distribuição pelas categorias de Invalidez, Velhice e Sobrevivência.
O número de pensionistas da região Centro aumentou cerca de 15 por cento nos últimos 12 anos, o que revela que a região tem diminuído o número de pensionistas em comparação com as restantes regiões do país. O número de pensionistas da Cova da Beira representava em 1991 apenas 1 por cento dos pensionistas nacionais e 7 por cento dos pensionistas da região Centro, percentagem que diminuiu para 6 por cento em 2002. Apesar de haver um aumento muito significativo de pensionistas por Sobrevivência, a maior parte dos pensionistas são-no por velhice, cuja tendência «parece estar a aumentar ligeiramente», conclui o estudo, o que confirma «o envelhecimento progressivo da população do concelho e a longevidade dos seus habitantes». Ao contrário do número de pensionistas por Invalidez, que diminuíram nos últimos 12 anos, o número de pensionistas por velhice aumentou 2 por cento ao longo dos últimos 12 anos. No entanto, este crescimento é mais ténue na Cova da Beira do que na região Centro que cresceu para 6 por cento. Todavia, convém referir que embora na Cova da Beira o número de pensionistas tenha aumentado de 1991 até 2002, a sua percentagem no total nacional diminuiu, passando de 1,39 por cento em 1991 para 1,21.
E a Covilhã tinha apenas mais 40 pensionistas em 2002 do que em 1991, o que resulta da redução das pensões por Invalidez. Por sua vez, o número de pensionistas por Sobrevivência aumentou 33 por cento de 1991 para 2002, passando a representar 25 por cento do total de pensionistas da Covilhã face aos 19 por cento que representava em 1991. Em relação ao número de pensionistas por Invalidez, a diminuição foi mais acentuada no centro do país, sendo que a Cova da Beira apresentou uma diminuição muito superior à registada no continente. A Covilhã também apresenta um decréscimo superior à região Centro, mas inferior à da Cova da Beira. E se o número de pensionistas por Velhice aumentou mais no continente do que na região Centro, Cova da Beira e Covilhã, o mesmo já não se pode dizer do número de pensionistas por Sobrevivência, que aumentou mais na região Centro do que no resto do país. Uma causa que poderá estar na origem dos inúmeros encerramentos de unidades fabris na região nos últimos anos. O montante das prestações pagas pela Segurança Social aos pensionistas também tem vindo a aumentar, à excepção da percentagem da região Centro ter diminuído de 18 para 17 por cento. Na Cova da Beira, esse dado passou de 7 para 6 por cento do bolo nacional. Uma verba arrecadada em cerca de 62 por cento pelos pensionistas da “cidade neve”. O estudo revela ainda que foi durante a governação de António Guterres que se assistiu aos maiores ganhos reais dos pensionistas, sendo que os menores ocorreram com o Governo de Cavaco Silva. De um modo geral, pode dizer-se que as taxas médias de crescimento das prestações (por pensionista) são superiores na região Centro em relação às do Continente e inferiores na Cova da Beira e na Covilhã em relação ao continente e à região Centro. Por tipo de pensões, a Covilhã apresenta uma taxa média de crescimento das pensões sociais inferior à do país, excepto no caso das pensões por Invalidez, caso em que apresenta uma taxa média de crescimento superior à registada em média no continente.