Na Beira Interior e, à boleia do otimismo nacional, o desemprego reduziu se em praticamente todos os municípios com destaque para os maiores e apenas 4 deles viram os números aumentarem, mas todos eles têm pouca expressão. A nível nacional o número de desempregados inscritos nos centros de emprego baixou 16,3% em setembro, face a igual mês de 2016, para 410.819 pessoas, e 1,8% face ao mês anterior, segundo dados esta semana divulgados pelo IEFP.
De acordo com os dados disponíveis na página do IEFP, divulgados pela LUSA, e mantendo a tendência dos meses anteriores, é preciso recuar até novembro de 2008, com o Governo Sócrates, para encontrar um número mais baixo do que o observado no mês em análise. Para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2016, contribuíram todos os grupos de desempregados, com destaque para as reduções observadas nos homens (19%), nos adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos (15,8%), nos inscritos há menos de um ano (18,1%), nos que procuravam novo emprego (16,3%) e nos que possuem como habilitação escolar o primeiro ciclo do ensino básico (18,6%).
Segundo o IEFP, o desemprego afetava em setembro último 47.354 jovens, o que representa uma redução homóloga de 20,5% (menos 12.196 jovens), embora tenha aumentado em termos mensais (com uma subida de 3,1%, o correspondente a mais 1.411 jovens). Já o número de desempregados de longa duração foi de 205.325 no mês de setembro, diminuindo 14,5% em relação ao mês homólogo (menos 34.765 pessoas) e 2% em termos mensais (menos 4.272 pessoas).
A nível regional, comparando com o mês de setembro de 2016, o desemprego diminuiu em todas as regiões do País, destacando-se o Algarve com a descida percentual mais acentuada (26,5%). Em relação ao mês anterior, o desemprego também diminuiu nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Norte, Centro, Madeira e Açores e aumentou no Algarve (10,3%).
Variações do desemprego a nível da Beira Interior e da Região Centro
Na Beira Interior o desemprego reduziu-se em praticamente todos os municípios com exceção de Idanha a Nova, Penamacor, Trancoso e V. V. de Ródão onde cresceu 12%, 28%, 4% e 5%, respectivamente, nestes últimos 12 meses. Na RC baixou 15% havendo agora ainda 55599 desempregados (há um ano havia 65 760). Entre os principais núcleos urbanos da BI também se reduziu em todos eles. De facto, na Covilhã baixou 13%, em C. Branco 6%, no Fundão 9%, na Guarda 20%, em Seia 10% e Gouveia 22%. Ficando ainda, 2438 desempregados na Covilhã (1º), em C. Branco 2027 (2º), no Fundão 1276 (4º), na Guarda 1542 (3º), em Seia 894 (5º) e Gouveia 496 (6º). A variação do desemprego nos restantes municípios foi a seguinte: A. Beira (-22%), Almeida (-10%), Belmonte (-7%), C. Beira (-13%), F. Algodres (-29%), Manteigas (-22%), Sabugal (-6%), Pinhel (-43%). Para efeitos de benchmark Viseu reduziu -11% mas tem ainda 4139 desempregados.
Nos homens e na Região Centro o desemprego baixou 18%. Nos principais núcleos urbanos da BI baixou em todos. Os valores foram os seguintes: Covilhã (-17%), C. Branco (-14%), Fundão (-12%), Guarda (-18%), Seia (-10%), Gouveia (-24%). Entre os outros municípios temos A. Beira (-14%), Almeida (-2%), Belmonte (-17%), C. Beira (-13%), F. Algodres (-35%), I. Nova (+9%), Manteigas (-28%), Sabugal (-14%), Penamacor (+24%), Pinhel (-47%), Trancoso (-6%) e V. V. Ródão (-14%). Houve aumentos apenas em I. Nova e Penamacor. Em Viseu (-16%).
O desemprego entre as mulheres na RC baixou 13%. Entre os principais núcleos urbanos da BI, com exceção de C. Branco, baixou em todos eles. De facto, na Covilhã (-9%), C. Branco (+3%), Fundão (-6%), Guarda (-22%), Seia (-10%), Gouveia (-13%). Entre os outros municípios temos A. Beira (-28%), Almeida (-18%), Belmonte (+3%), C. Beira (-12%), F. Algodres (-23%), I. Nova (+16%), Manteigas (-17%), Sabugal (+1%), Pinhel (-40%), Trancoso (+14%) e V. V. Ródão (+3%). Em Viseu (-7%). Subiu em Belmonte, I. Nova, Sabugal, Trancoso e V. V. Ródão.
O desemprego de curta duração (com menos de 1 ano) na RC baixou 16% e entre os principais núcleos urbanos da BI baixou em todos eles com exceção de C. Branco. De facto, na Covilhã (-13%), C. Branco (+6%), Fundão (-13%), Guarda (-13%), Seia (-18%) e Gouveia (-4%). Entre os outros municípios temos A. Beira (-10%), Almeida (-8%), Belmonte (+16%), C. Beira (-16%), F. Algodres (-20%), I. Nova (+11%), Manteigas (-19%), Penamacor (+12%), Pinhel (-44%), Sabugal (-10%), Trancoso (+11%), V. V. Ródão (-12%), Viseu (-10%). Subiu apenas em Belmonte, I. Nova, Penamacor e Trancoso.
O desemprego de longa duração (com mais de um ano) na RC baixou 15% e entre os principais núcleos urbanos da BI baixou em todos eles. De facto, na Covilhã (-13%), C. Branco (-15%), Fundão (-5%), Guarda (-26%), Seia (-18%), Gouveia (-29%). Entre os outros municípios temos A. Beira (-35%), Almeida (-12%), Belmonte (-23%), C. Beira (-10%), F. Algodres (-36%), I. Nova (+13%), Manteigas (-25%), Penamacor (+41%), Pinhel (-42%), Sabugal (-2%), Trancoso (-5%) e V. V. Ródão (-0%) e Viseu (-12%). Apenas I. Nova e Penamacor viram os seus desempregos de longa duração aumentar.
O desemprego que afeta os jovens à procura do 1º emprego na RC baixou 13% e entre os principais núcleos urbanos da BI baixou em metade deles; as exceções foram C. Branco, Guarda e Gouveia. De facto, na Covilhã (-11%), C. Branco (+7%), Fundão (-10%), Guarda (+8%), Seia (-2%), Gouveia (+31%). Entre os outros municípios temos A. Beira (0%), Almeida (+3%), Belmonte (+52%), C. Beira (+2%), F. Algodres (+3%), I. Nova (+42%), Manteigas (-36%), Penamacor (+38%), Pinhel (-45%), Sabugal (+17%), Trancoso (+14%) e V. V. Ródão (+38%), Viseu (-12%). Apenas na Covilhã, Fundão, Seia, Manteigas, Pinhel e Viseu esse tipo de emprego baixou. Nos restantes aumentou.
O desemprego de pessoas à procura de novo emprego na RC baixou 16% e entre os principais núcleos urbanos da BI baixou em todos eles. De facto, na Covilhã (-13%), C. Branco (-7%), Fundão (-9%), Guarda (-24%), Seia (-12%), Gouveia (-25%). Entre os outros municípios verificaram-se as seguintes variações A. Beira (-26%), Almeida (-13%), Belmonte (-15%), C. Beira (-15%), F. Algodres (-33%), I. Nova (+6%), Manteigas (-20%), Penamacor (+27%), Pinhel (-45%), Sabugal (-11%), Trancoso (+2%) e V. V. Ródão (0%), e Viseu (-11%). I. Nova, Penamacor e Trancoso viram aumentar o desemprego dos que procuram outro que não o primeiro emprego.
Por idades e referindo-nos apenas à RC os que viram reduzir mais o desemprego foram os jovens com menos de 25 anos e a faixa dos 25-34 anos, cada um com 18% de redução, seguido dos mais de 55 anos (15%) e dos 35-54 anos com 9%.
Por habilitações académicas dos desempregados os que tiveram maiores reduções do desemprego foram os habilitados com 1º CEB-Ciclo do Ensino Básico, com -23%, os do 2º CEB com 19%, em 3º os com 3º CEB com 17%, depois o secundário com 14%, seguido do superior 10% e por fim os que têm menos habilitações (<1º CEB) com 6%.
Até setembro de 2017 foram registadas 3444 ofertas de empregos, das quais foram preenchidas 2429, 908 por homens e 1521 por mulheres. As restantes ficaram por preencher certamente por alguma especificidade próprias dos empregos oferecidos.
Na RC e até setembro de 2017 inscreveram-se no desemprego 8526 homens e 13708 mulheres num total de 22234 novos desempregados. Para estes inscritos foram oferecidos 3456 postos de trabalho, das quais foram preenchidos 2421, por 908 homens e 1521 mulheres.
Na RC dos 9459 inscritos nas estatísticas do desemprego em setembro de 2017, a maior redução verificou-se nos trabalhadores por conta própria (-61%), seguida pelo grupo dos Ex inativos (-29%), dos que alegaram outros motivos (-23%) e dos despedidos (-3%). Mas verificaram-se aumentos nos inscritos que se despediram, e nos trabalhadores não permanentes, com +3% cada, e ainda nos que foram objeto de despedimento com mútuo acordo (+2%).
Por: José Ramos Pires Manso
* Prof Catedrático, UBI. Responsável do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social.