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Índice de poder de compra da Guarda desceu, mas continua a ser o mais elevado da região

De 2013 para 2015, o índice de poder de compra da cidade “mais alta” registou uma quebra de 1,6 pontos, passando de 97,9 para 96,3

O município da Guarda continua no topo da região no que respeita ao índice de poder de compra per capita, revela o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPCC) de 2015, divulgado na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No extremo oposto está novamente o concelho de Fornos de Algodres com um índice de 59,56, uma descida de 1,6 pontos atendendo aos dados de 2013. De ano para ano, há coisas que não mudam e os 17 concelhos do distrito da Guarda e Cova da Beira voltaram a ficar abaixo da média nacional (100).

O primeiro lugar da Guarda neste ranking não surpreende os mais atentos, uma vez que a cidade mais alta lidera este indicador desde 1993 e, em 2013, apresentava um índice de poder de compra de 97,9 – o registo regional mais próximo do valor nacional. Contudo, em 2015 houve uma quebra e o município registou uma diminuição de 1,6 pontos para um índice de 96,25. Bem atrás surgem os maiores concelhos da Beira Interior: Covilhã (87,84), Fundão (77,93) e Seia (77,25). Também nestes municípios houve ligeiras alterações relativamente a 2013, sendo que na Covilhã o índice de poder de compra subiu 1,6 pontos, mas esse aumento não foi suficiente para destronar a Guarda. Há quatro anos os concelhos do Fundão e Seia estavam acima da barreira dos 78, ambos com 78,1, e em 2015 registaram uma quebra de 0,2 e 0,8 pontos, respetivamente.

À semelhança do que aconteceu em 2013, Almeida ocupa o quinto lugar do ranking regional com um índice de 75,42, seguindo-se Belmonte (74,92) que não conseguiu ficar acima dos 75 pontos. O índice de poder de compra dos restantes onze municípios situa-se entre 69,10 (Vila Nova de Foz Côa) e 59,56 (Fornos de Algodres). Aguiar da Beira e Pinhel foram os concelhos que, apesar de terem um indicador acima do de outros municípios, registaram a maior descida (3,2 pontos) em relação a 2013. Gouveia, com uma quebra de 2,5 pontos, e Mêda, cujo indicador passou de 64,3 para 62,1 – uma diminuição de 2,2 pontos, protagonizaram outras quebras assinaláveis. No geral, em todos os concelhos da região o índice de poder de compra baixou comparativamente a 2013, mas em Vila Nova de Foz Côa essa quebra foi menos acentuada (0,3 pontos).

De acordo com o estudo, a área metropolitana de Lisboa (124,7) constituía a única região NUTS II com um valor acima do poder de compra per capita médio nacional. O Centro ficou-se pelos 88,8. Já a observação dos desempenhos das 25 sub-regiões NUTS III portuguesas revela que apenas as duas áreas metropolitanas de Lisboa (124,7) e do Porto (104,8) ficaram acima da média nacional. Os menores valores de IpC situavam-se em sub-regiões do Norte e Centro: Alto Tâmega (69,9), Tâmega e Sousa (72,3), Douro (77,2), Beiras e Serra da Estrela (79,2) e Alto Minho (79,9). Nestas cinco sub-regiões, o poder de compra per capita médio não atingia 80 por cento do valor médio nacional. O INE concluiu assim que, em 2015, o poder de compra per capita se situava acima da média nacional em apenas 33 dos 308 municípios portugueses. O município de Lisboa apresentava o IpC mais elevado (214,54), sendo o único a mais do que duplicar o índice nacional.

Há mais dois indicadores em análise no EPCC. A Percentagem de Poder de Compra (PCP) tem em conta o peso do poder aquisitivo de cada concelho ou região no total do país. Aqui, nem a região nem nenhum dos seus municípios ultrapassa um ponto percentual. A Guarda, com 0,414 por cento, roubou o primeiro lugar à Covilhã que, de 2013 para 2015, passou a ter uma PCP de 0,374. À exceção do Fundão (0,201) e Seia (0,174), todos os restantes concelhos não chegam aos 0,1 por cento. Já no Fator Dinamismo Relativo (FDR), que se centra no contributo das movimentações sazonais, nomeadamente turísticas, o distrito guardense confirma a tendência de há dois anos e volta a apresentar valores negativos. Somente Almeida, com 0,400, Celorico da Beira (0,033) e Sabugal (0,155) estão em terreno positivo. A Guarda repete o resultado de 2013 e, embora com uma melhoria residual, volta a ficar no fundo da lista em termos regionais, com -0,458, atrás da Covilhã (-0,394) e de Figueira de Castelo Rodrigo (-0,257).

Sara Guterres

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