José Manuel Biscaia (PSD)
P – Qual é a marca deste mandato?
R – Após a gestão socialista no período 2009/13 sabíamos que iríamos ter graves problemas financeiros para resolver. O endividamento ultrapassava os limites fixados na lei, o que obrigava ao saneamento financeiro. Pela primeira vez na história do município acumularam-se juros de mora por não pagamento de dívidas que atingiam valores inimagináveis na ordem dos 770 mil euros. A liquidez geral chegou a atingir os 32 por cento em 2013 (recuperou em 2015 para confortáveis 128 por cento). Não havia naturalmente fundos disponíveis. Com muito esforço resolvemos todos estes problemas e até reduzimos a dívida total em cerca de 1,8 milhões de euros. Conseguimos a reprogramação física e financeira das obras do Parque da Várzea, Fábrica do Rio e Espaço de Localização Empresarial e estamos a concluir a primeira fase da Regeneração Urbana com o Parque Ambiental. Comparativamente ao mandato anterior as receitas com fundos comunitário reduziram 70 por cento, pelo que era humanamente impossível ir mais longe.
P – E o seu principal projeto se for reeleito?
R – A nossa principal aposta é continuar a demonstrar que somos um destino apetecível e atrativo a todos os níveis: ambiental, social, fiscal, educativo, etc. Verificamos com agrado que a Fundação Inatel remodelou as instalações do hotel e das termas e que neste momento há três novas unidades hoteleiras (Pousada S. Lourenço, Hotel Fábrica e Hotel Santa Luzia) altamente qualificadas e uma outra (Hotel Vila Galé Manteigas) com obras a iniciar em 2018, com investimento a ultrapassar os 10 milhões de euros, o que permitirá criar mais de 150 postos de trabalho diretos e indiretos.
P – Como vai resolver a principal carência do concelho?
R – Os índices de envelhecimento, apesar de estarem na média da CIM-BSE, são altos; a capacidade de atrair e fixar jovens é baixa; o investimento era escasso e o desemprego era elevado, designadamente o jovem. Alguns destes problemas estão a começar a ser resolvidos e garantimos mudanças substanciais num prazo de dois a três anos.
Cinco primeiros nomes da lista à Câmara:
1º José Manuel Biscaia
2º José Manuel Cardoso,
3º Paulo Estrela
4º António Miguel Morais
5ª Patrícia Madeira
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Esmeraldo Carvalhinho (PS)
P – Como avalia a gestão da atual maioria?
R – O concelho perdeu atratividade, projeção e qualidade de vida. Voltou a ser um concelho triste, sem esperança, com uma Câmara amorfa, irresponsável, como foi nos anteriores 16 anos. Este mandato então foi um enorme falhanço, sem qualquer estratégia de criação de emprego ou de valorização do território. Apenas se limitaram a continuar, e mal, algumas atividades de desporto coletivo por nós iniciadas. Nem os projetos que deixámos em curso foram capazes de terminar… Nos últimos quatro anos, Manteigas perdeu o Colégio; perdeu alunos na Escola de Hotelaria; perdeu professores e postos de trabalho; perdeu a concessão da exploração da água para engarrafamento; perdeu a possibilidade de alargamento da estrada do Vale Glaciar por inação do presidente da Câmara. Perdeu o Centro de Distribuição postal dos CTT; perdeu caixas multibanco, sinal claro do enfraquecimento económico do concelho. Alguém conseguirá lembrar-se de alguma obra ou projeto relevante desenvolvido pelo atual presidente da Câmara em 20 anos à frente dos destinos de Manteigas?
P – Qual é, neste momento, a principal carência do concelho?
R – É a inexistência de postos de trabalho que fixem as populações e evitem o êxodo dos jovens.
P – E o seu principal projeto?
R – A valorização e promoção de Manteigas são fundamentais para a criação de postos de trabalho através da indústria turística. Falar de hotéis, camas e postos de trabalho como quem fala de feijões, como tem feito o candidato do PSD, não resolve o problema. Se há neste momento incremento nessa área económica é porque durante quatro anos valorizámos e divulgámos o território. É esse trabalho que queremos continuar e ao mesmo tempo fixar empresas na antiga fábrica (Sotave) que comprámos e no ninho de empresas que deixámos construído e está vazio por incompetência do atual executivo. Instalaremos de imediato duas empresas com novos postos de trabalho.
Cinco primeiros nomes da lista à Câmara:
1º Esmeraldo Carvalhinho
2ª Célia Morais
3º Rui Carvalho
4ª Ângela Muxana
5º – César Nogueira
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Francisco Elvas, (Independente)
P – Como avalia a gestão da atual maioria?
R – O último mandato foi igual a tantos outros anteriores. Não foram propostas nem implementadas medidas que tenham contribuído para a resolução dos problemas que condicionam o desenvolvimento económico e o bem-estar social das pessoas. Este vazio de iniciativas estruturantes teve como consequência a sangria dos nossos recursos humanos. Foi uma gestão desatenta aos investidores e fomentadora de asfixia processual e burocrática a todos os que nos procuraram. E também uma gestão promotora da desigualdade de tratamento que faz com que os interesses de Manteigas estejam cativos de uma minoria de cidadãos.
P – Qual é, neste momento, a principal carência do concelho?
R – São medidas que apoiem os agentes económicos para a criação de mais e melhor emprego e incentivem a fixação de jovens manteiguenses como empresários. E também a promoção do concelho para atração de investimento turístico, comercial ou industrial. Faltam ainda medidas de promoção do bem estar social dos manteiguenses, na saúde e na educação
P – E o seu principal projeto?
R – Queremos mudar a vida das pessoas, unir os manteiguenses. Trazer os eleitos para a rua e resolver os problemas reais das ruas, dos bairros e das freguesias. Estabelecer um programa de fixação de não residentes em interatividade com a recuperação do património urbano degradado. E programar a adaptação de casas antigas para habitação, em regime de 2 ou 3 idosos acompanhados, como extensão da Misericórdia.
Cinco primeiros nomes da lista à Câmara:
1º Francisco Elvas
2ª Irene Paixão Leitão
3º Rui Abrantes
4º José Carvalhinho
5ª Maria Eduarda Costa Vale
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Manuel Aldeia (CDU)
P – Como avalia a atual gestão do município?
R – Neste mandato procurámos contribuir ativamente com soluções que trouxessem um melhor desenvolvimento económico para o concelho. Contudo, nem sempre esta nossa pretensão foi atendida, pelo que a atual maioria poderia ter feito melhor. Por isso é pertinente que a CDU se constitua em alternativa às forças políticas que nestes últimos 40 anos se têm revezado na autarquia. Sendo o nosso concelho de pequena dimensão e encontrando-se isolado dos principais centros urbanos, consideramos tarefa importante a demanda de grandes e pequenos investidores para que Manteigas possa sair do marasmo em que se encontra.
P – Qual é, neste momento, a principal carência do concelho?
R – Manteigas é um concelho com mais de 800 anos de história que sobreviveu em condições de isolamento bem mais difíceis que as atuais. Reivindicamos melhores vias de acesso de e para o concelho para evitar o isolamento a que temos estado votados. Também a ausência de empresas que proporcionem emprego e fixação de jovens não tem permitido contornar e ultrapassar os constrangimentos existentes.
P – E o seu principal projeto?
R – Deve ser o município a criar as condições de instalação de novas empresas e de promover as que já estão instaladas. O turismo de excelência deve dominar a nossa atenção. Apesar de haver investimentos nesta área devemos ser mais ambiciosos e envidar todos os esforços para obter mais investimentos nesta e noutras áreas. A nossa terra tem um potencial energético e hídrico muito importante. É preciso encontrar solução para a aquisição do complexo fabril de São Gabriel, criar aí uma área museológica e outros serviços e edificar um lençol de água para apoio às atividades turísticas.
Cinco primeiros nomes da lista à Câmara:
1º Manuel Aldeia
2º António Pinheiro
3ª Maria João Cunha
4º José António Massano
5º Francisco Leitão
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Pedro Silva (CDS)
P – Como avalia a gestão da atual maioria?
R – A gestão está bem evidenciada em números estatísticos que traduzem de forma rigorosa e exata a realidade económica e social deste concelho e que são pouco animadores. Falo do índice de envelhecimento que não para de crescer e que, em três anos apenas, subiu de 265 para 320 idosos por cada 100 jovens, mas também do número de alunos, que, em dois anos, caiu de 497 para 372 e do número de professores no mesmo período de tempo diminuiu de 59 para 54. Já o número de inscritos nos centros de emprego passou, no período de dois anos, de 216 para 230, com os desempregados há mais de um ano a subirem de 51,2 para 59,2 por cento do total de inscritos. Além disso, houve um declínio populacional que se traduziu numa redução de cerca de 200 residentes em quatro anos.
P – Qual é, neste momento, a principal carência do concelho?
R – Está espelhada num índice de envelhecimento que não para de crescer.
P – E o seu principal projeto?
R – O turismo deve constituir-se num pilar económico, acompanhado por políticas e práticas territoriais concertadas, apoiadas em ações concretas. Entre as atividades que propomos desenvolver, contamos a definição de uma política turística para o concelho, com percursos de várias/rotas pedonais e o desenvolvimento de produtos turísticos integrados que explorem a centralidade de Manteigas na Serra da Estrela. No apoio à economia rural queremos estimular a criação da marca “Serra da Estrela” a partir dos produtos regionais de reconhecida qualidade e apoiar a realização de uma feira agrícola quinzenal para escoamento dos produtos da agricultura familiar.
Cinco primeiros nomes da lista à Câmara:
1º Pedro Silva
2ª Leonor Rosado
3º Cláudio Cartaxo
4ª Laurinda Ramos
5º Francisco Castro
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NR: Os candidatos ausentes deste trabalho não responderam em tempo útil às questões colocados por O INTERIOR.