As notícias de que a UBI atravessa um problema de subfinanciamento não caíram bem aos partidos da oposição, que já se manifestaram.
De passagem pela Covilhã numa sessão pública de apoio ao candidato do Bloco de Esquerda à autarquia, Catarina Martins defendeu que o Orçamento do Estado deve resolver o subfinanciamento da Universidade da Beira Interior (UBI), o que levou a instituição a não submeter as contas para 2018, pedindo «um orçamento de contas certas, que passe para a UBI o que é necessário para que os serviços funcionem». Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, a universidade vive «uma situação impossível», já que recebe do Estado menos do que aquilo que precisa para pagar a totalidade dos salários. A líder bloquista reconhece o papel que a UBI tem na captação e fixação de jovens para a região e criticou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior por afirmar que «não havia problema porque há o orçamento do ano passado, só que o orçamento do ano passado também não serve», uma vez que apresenta um buraco de um milhão de euros.
Por sua vez, o CDS já questionou o Governo sobre o orçamento da UBI. Numa nota enviada à comunicação social, os centristas informam que a deputada Ana Rita Bessa perguntou se o ministro da tutela estaria «disponível para rever o orçamento da UBI, designadamente no âmbito das políticas deste Governo de promoção do interior e no reconhecimento da especificidade desta instituição, e se também está disponível para rever a lei de financiamento das instituições de Ensino Superior, no sentido da proposta preparada pelo anterior Governo». O PSD também não poupou nas críticas pela voz de Manuel Frexes, presidente da comissão política distrital do PSD, que considera que «a universidade fez o que estava certo, conseguir captar mais alunos e hoje até pode ser olhada como um farol da lusofonia. Vejam bem o que lhe aconteceu; não tem verbas. Isso não é justo nem é correcto», referiu à margem da apresentação da candidatura da coligação “Vontade de Mudar”.
Para o também deputado da AR, esta é uma situação que «não podemos aceitar», acusando o governo de «encher a boca com o interior e com a defesa do interior mas é no dia-a-dia e nas provas dadas que isso se avalia. Se calhar até querem fechar a UBI. Se calhar até querem que a UBI tenha menos dinheiro para que tenha mais dificuldades e para que mais uma coisa feche no interior».
Entretanto, na última terça-feira, a Câmara do Fundão aprovou uma moção de apoio à UBI. Em reunião do executivo, ficou decido que o município se vai associar às reivindicações da instituição, relativamente ao modelo de financiamento das universidades.