P – Como avalia a gestão de Vítor Pereira?
R – Se avaliasse positivamente não estaria a candidatar-me. Mas interessa-me mais falar de futuro, porque a Covilhã anda há demasiados anos a discutir o passado ou a ser testemunha de guerras partidárias que não servem de grande coisa. O maior desafio que a Covilhã enfrenta é a perda sistemática de população, uma verdadeira sangria que dura há muito mais anos do que o mandato de Vítor Pereira. Se continuarmos a este ritmo, daqui a 40 anos a Covilhã, tal como a conhecemos, desaparece. Como travamos isto? Com uma estratégia profissional e proactiva de captação e manutenção de investimento, sem a qual não haverá emprego; com uma simplificação e desburocratização da vida de quem quer criar emprego e fazer negócios aqui, sem a qual não criaremos oportunidades para todos; e com a transformação da Covilhã no principal polo cultural e turístico do interior, sem a qual não captaremos gente que aqui queira viver.
P – Qual é o seu principal projeto se for eleito?
R – Como secretário de Estado do turismo encontrei Portugal em 20º lugar no ranking mundial da competitividade em turismo e, em três anos, coloquei-o em 15º. Geri um orçamento muito superior ao da Câmara e consegui fazer mais com menos, herdei um modelo de promoção antiquado e consegui que Portugal saísse na imprensa de todo o mundo e batesse todos os recordes. Peguei num sistema de licenciamento complicado e simplifiquei tudo, eliminei e reduzi taxas e consegui que aumentasse radicalmente o número de empresas a operar. Fiz isso com novas ideias, uma boa equipa e uma nova energia: o que fiz pelo país no turismo quero fazer pela Covilhã no investimento e no emprego, e sei que é possível colocar a Covilhã no mapa.
P – Caso não vença as eleições, mas for eleito para o executivo, está disponível para assumir algum pelouro?
R – Se não vencer, serei o líder da oposição, com o mesmo espírito positivo e construtivo que tenho demonstrado nesta campanha: votarei a favor do que entender bom para o concelho e contra aquilo que considerar uma má estratégia.
P – Qual é a principal carência da Covilhã neste momento?
R – A Covilhã é uma cidade parada no tempo. A gestão autárquica tem sido desleixada na captação de investimento, pouco proactiva na criação de oportunidades e parcerias para todas as idades, ausente em matéria de turismo e totalmente passiva na área cultural. Precisamos de uma nova energia nestas áreas se queremos impedir os covilhanenses de partir e se queremos captar novas famílias.
P – E a primeira medida que vai tomar se for eleito?
R – Apresentei 210 compromissos, que constam do site da minha candidatura. No primeiro dia, vou colocar esses compromissos no site da Câmara, sentar-me com os meus vereadores, calendarizar cada um desses compromissos e começar a trabalhar em cada um sem perder um segundo a dizer mal dos meus antecessores ou a desculpar-me com a herança que encontrei. Os covilhanenses não têm de levar com os meus lamentos, nem com as típicas desculpas de quem não quer fazer nada.