Querer mais, sempre diferente, outra coisa, experimentar, procurar. A vida não é uma caça ao tesouro nem um lugar de surpresas constantes. A vida tem previsíveis rotinas, gestos muito iguais e o costume faz lei em muitas situações. Viver protocolos é cansativo mas protege os clientes, repetir boas práticas diminui erros e transporta segurança. Mas claro que a surpresa, o espanto, inauguram patamares de prazer. Espantoso em castelhano é horrível, não confundam! Este texto é Português e portanto o espanto aqui é loucura, é diversão. Uma mulher que te desconstrói a rotina deixa-te louco, o mesmo no inverso e ainda possível ao avesso. Inquietação pode ser desconforto se traz insegurança, se acarreta dúvidas. O ciúme inquieta e é disruptivo. Já um beijo pode ser um começo. Os pagamentos e as novas taxas dos bancos inquietam e desagradam. Romper o quotidiano é como espreitar de outra janela, como jantar na varanda no Inverno, como surfar pela primeira vez, como ganhar a lotaria, como ser desejado pela paixão de sempre. O quotidiano rasga-se para dar lugar a outra face e a um saboroso encanto que são dias nunca vividos, passos nunca trilhados, embustes nunca desfeitos, amores nunca possuídos. Podemos ter irmãos que são Zé Inquietação e Jorge Rotina. Podemos ter companhias que não experimentam nem saboreiam novidades. Podemos ter vidas equilibradas e outros viver na corda bamba. Todas são vivências possíveis e todas estão aí para ser caminho. Este verão ousa uma novidade.
Por: Diogo Cabrita