P – É a primeira vez que concorre à Câmara de Celorico da Beira, o que vai fazer diferente?
R – As pessoas vão poder avaliar daqui a quatro anos, pois serão as minhas opiniões, estratégias e atitudes que irão, com toda a certeza, fazer a diferença. Cada um de nós deixa uma marca indelével em tudo o que fez. Quando nos candidatamos a estes cargos todos pretendemos dar o nosso melhor, fazer mais e acima de tudo trabalhar pelas pessoas e seu futuro. Claro que quero ser diferente, mas isso não significa criticar todos os que passaram por este cargo. Eu tenho a ambição de fazer mais e melhor, até porque de outra forma estaria a defraudar o eleitorado. Por algum motivo consigo ter comigo um conjunto de pessoas de outras fações partidárias, pessoas apartidárias, a acreditarem no meu projeto e a envolverem-se no mesmo. Todos somos diferentes, mas há algo que fala mais alto e que nos une, o amor pelo nosso concelho.
 
P – Está conotado com os últimos três executivos, qual o argumento que vai utilizar para que os eleitores votem em si?
R – Considero esta questão de elevada importância, até porque não sinto vergonha do executivo municipal do PS que exerceu funções nestes últimos 12 anos. Tenho a satisfação de nenhum deles ter sido preso, nem acusado de peculato, abuso de poder, enriquecimento ilícito, como outros o foram. Reduziram uma dívida colossal que herdaram de anteriores executivos, evitaram a entrada no FAM, no PAEL e no Reequilíbrio Financeiro graças a maior rigor nas contas do município. Não perseguiram, nem tão pouco castigaram ninguém por pensarem de modo diferente, como acontecia noutros tempos, apaziguaram o clima de terror que se vivia anteriormente neste concelho. Fiz parte desta equipa, enquanto chefe de gabinete do presidente, durante os últimos quatro anos e foi-me sempre possível expressar livremente a minha opinião, discordando quando não achava que as opções tomadas fossem as melhores, sugerindo sempre alternativas. Nos primeiros oito anos pude apreciar o trabalho deste executivo municipal de fora para dentro devido aos cargos que ocupei de deputado da Assembleia da República e diretor da Segurança Social da Guarda. Os eleitores votam nos projetos e nas pessoas que conhecem e, nesse aspeto, o que os celoricenses terão que decidir é se confiam ou não no José Albano e nas opções que defende para o futuro do concelho. 
P – Qual é o seu principal projeto se for eleito?
R – Implementar um projeto de desenvolvimento económico e sustentável para o concelho. O futuro de Celorico depende muito de uma política alicerçada no desenvolvimento económico, onde a minha experiência, os meus conhecimentos, serão um contributo primordial para que os investidores tenham confiança em apostar no nosso concelho. Os primeiros passos estão dados. Há que semear para mais tarde colher. Não sou candidato a presidente de uma Câmara Municipal para apenas colocar paralelos ou alcatrão, sou sim um candidato a olhar para o futuro sustentado de Celorico. Precisamos de estancar a saída dos nossos jovens para o estrangeiro, criando-lhes condições no concelho ou na região para se fixarem, e trazermos de volta todos aqueles que, infelizmente, foram forçados sair do país à procura de melhores condições de vida – por causa das políticas desastrosas do Governo de direita. Fazer política séria obriga a que a nossa atuação se centre primeiro nas pessoas.
A Zona Industrial de Celorico da Beira será prioridade e uma realidade até ao final do meu mandato. Os projetos que sirvam de alavanca para o relançamento da economia local merecerão toda a atenção e dedicação da minha parte.
 
P – Foi alvo de uma campanha de insultos e difamação. Em que ponto está essa situação?
R – Sim, é verdade. Infelizmente há indivíduos que não sabem viver em sociedade. Quem está na política deve blindar-se contra todas estas situações, mas há limites e atacarem vergonhosamente familiares e amigos não tem perdão. Os processos estão a seguir os trâmites legais nos organismos competentes. Da minha parte entrei de cabeça erguida nesta caminhada e sairei dela da mesma forma, igual a mim mesmo. Não ofendo, mas não esqueço quem me ofende. A vida deve ser vivida com princípios e jamais alguém, porque defende uma ideia diferente ou é de um partido diferente, tem que ser “abatido”, insultado e ameaçado. Nunca recuei e quando não há hipótese de consenso, tento criá-lo de outras formas.
P – Caso não seja eleito com maioria, com qual destes candidatos admite fazer uma coligação: Júlio Santos (independente) ou Carlos Assunção (PSD)?
R – Apresentei-me a estas eleições com um projeto para os celoricenses estruturado, ponderado, rigoroso e, acima de tudo, real. Concorro com uma equipa escolhida por mim e não imposta, pois a forma como me relaciono com as pessoas permite-me escolher os melhores para me ajudarem a desenvolver o projeto que vai ser sufragado nas próximas autárquicas. Não engano o povo, irei liderar os destinos de Celorico da Beira com a confiança dos celoricense e com a equipa que apresentarei a votos, num verdadeiro ato de respeito e consideração que todos esperam de mim, agindo de forma responsável.
Os vereadores da oposição poderão trabalhar connosco, se assim o desejarem, ou então optarem pelo mais fácil, que é criticar por criticar sem olharem aos interesses de Celorico e das suas gentes. A política não pode ser vista como um passeio de autocarro, em que tanto dá para se sentar à direita, à esquerda, à frente, atrás, tudo na mesma viagem. Mas é assim com o Dr. António Silva, que até há bem pouco tempo era o cabeça-de-lista do CDS e é agora o segundo da lista do PSD. Coerência ou falta dela…
Perfil:
Candidato do PS à Câmara de Celorico da Beira
Idade: 44 anos
Currículo: É licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior Bissaya Barreto (Coimbra); técnico superior de Serviço Social no Instituto de Segurança Social – Centro Distrital da Guarda; entre 2009 e 2010 foi deputado da Assembleia da República; foi presidente das estruturas concelhias da Juventude Socialista e do PS de Celorico da Beira; presidiu à Federação Distrital do Partido Socialista da Guarda (2008-2016) e foi diretor do Centro Distrital de Segurança Social da Guarda; membro da Assembleia Municipal de Celorico da Beira desde 2001 e chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal de Celorico da Beira desde 2013.