Já não há verão sem a Feira Medieval de Belmonte. Este ano não será exceção e o certame regressa à terra de Cabral entre 11 e 14 de agosto.
As expetativa são «grandes», fruto dos resultados das edições anteriores. Embora não haja uma contabilização exata do número de visitantes, uma vez que não é cobrada entrada, calcula-se que na edição de 2016 tenham passado por Belmonte cerca de 40 mil pessoas. «O objetivo é que este ano possamos receber ainda mais gente nos quatro dias do certame», afirmou o presidente da autarquia, na conferência de apresentação do evento, realizada na quinta-feira. António Dias Rocha quer que a feira medieval continue «a ser um marco que atraia muita gente» e contribua para que a história do concelho seja cada vez mais divulgada.
Este ano realiza-se a 14ª edição e, para o responsável da Empresa Municipal, Joaquim Costa, o progresso tem feito parte do evento «que cresce a cada ano que passa». Sendo Belmonte a terra Natal do navegador que descobriu o Brasil, este ano serão os Cabrais o tema da feira medieval com a recriação da história de Maria Gil Cabral, filha ilegítima de D. Gil Cabral, bispo da Guarda, e da nomeação de antecessora do seu sobrinho, Luís Álvares Cabral (bisavô de Pedro Álvares Cabral) como morgado e administrador de Belmonte. Pressupõe-se que tenha sido Maria Gil Cabral a dar início à linhagem dos Cabrais. Quanto a novidades, o horário foi prolongado até às 2 horas da madrugada e já confirmados estão 18 grupos de animação de rua, mais dois em relação ao ano passado.
Cada dia da feira terá um tema, sendo o primeiro o “Testamento” que D. Gil Cabral deixou à sua filha ilegítima. No mesmo dia será realizada pela primeira vez uma ceia medieval, sujeita a inscrição prévia, seguindo-se o “Ritual do Sacrifício”. Já o segundo dia será dedicado aos “Desígnios” e a organização destaca a oficina de cozinha medieval e um espetáculo equestre, ficando o assalto ao castelo para o terceiro dia, que tem o tema da “Demanda”. A Feira Medieval despede-se com o tema “A Matriarca” no dia 14, com um espectáculo multimédia sobre a herança de Maria Gil Cabral. A organização não duvida que o evento já ganhou o seu espaço, não só por ser o maior do concelho, mas também por ser aquele «que movimenta mais gente, e o que mais impulsiona o comércio local e regional». Além disso, «já faz parte das melhores cinco feiras medievais a nível nacional», declarou Dias Rocha. Com um orçamento que ronda os 70 mil euros, vão estar em Belmonte durante a Feira Medieval cerca de 100 expositores.
Ana Eugénia Inácio