Há muito que se sabia que Vítor Pereira era de novo a escolha do PS para concorrer à Câmara da Covilhã, mas apenas na passada sexta-feira a candidatura foi oficialmente apresentada. O local escolhido foi o largo atrás da autarquia e não foi «ao acaso», pois se o socialista conseguir um segundo mandato pretende «revitalizar o centro histórico e o comércio local».
Para tal, Vítor Pereira quer lançar um programa de «recuperação de fachadas de casas com a traça e construção típica», isentando-as de taxas e licenças, comparticipando ainda «em 50 por cento o valor da obra, até um limite de 1.500 euros por habitação». Apostar em estacionamento gratuito para quem fizer compras no centro da cidade e apoiar os comerciantes da zona antiga são outras medidas. Com o lema “Covilhã, mais futuro”, Vítor Pereira quer afirmar a “cidade neve” como «principal motor de desenvolvimento regional» e torná-la «mais moderna e mais dinâmica». De olhos postos num segundo mandato, o candidato recordou a situação de «quase rutura» financeira quando assumiu a presidência da autarquia, dizendo que estava «à beira de ter de ser pedida a intervenção do Ministério das Finanças».
Segundo o edil, «o passivo era de 142 milhões de euros e caso não tivéssemos tomado rédeas da situação, ultrapassaríamos ainda em 2013 os 300 por cento de endividamento, o que legalmente nos obrigaria a recorrer ao Fundo de Apoio Municipal com elevado prejuízo para todos os cidadãos, empresas e associações do concelho», afirmou, numa situação que causou também «enormes dificuldades na criação de novos projetos». Passados quatro anos, o socialista fala em «cerca de 40 milhões de dívida amortizada» e em novos projetos, tendo sido investidos «20 milhões de euros em obras, algumas já no terreno». Embora tivesse começado por lembrar o passado, o presidente recandidato considera que «só interessa para estarmos alerta e não nos deixarmos enganar», lançando uma farpa: «Haverá quem, por estes tempos, apresente pela enésima vez o metro de superfície ao longo do TCT e queira sacudir responsabilidades com a ligeireza com que faz propostas inúteis e caras».
A UBI, a aposta em centros de investigação, na reindustrialização do tecido local e em novos projetos, mas também na captação e fixação de técnicos qualificados, são algumas das bandeiras da candidatura socialista. No que toca à mobilidade, Vítor Pereira falou de “bikesharing” com bicicletas elétricas e numa Rede de Ciclovias da Covilhã, «uma oportunidade de colocar a cidade na vanguarda das soluções de mobilidade das novas cidades, em especial das cidades de montanha», explicou. Nas aldeias, o autarca quer «aproveitar espaços vazios (como escolas antigas) e torná-los locais de estudo, de trabalho e de alojamento para cientistas, escritores ou outros artistas» no que chamou de «Rede de Aldeias de Inovação». Pensados e já anteriormente referidos, estão também o Centro de Inovação Social da Covilhã, a criação de uma Bolsa de Habitação Social Jovem, as obras no Teatro Municipal e o Centro de Inovação Empresarial.
A apresentação de Vítor Pereira contou com a presença do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, e de Hortense Martins, deputada eleita pelo PS pelo distrito de Castelo Branco. Presente esteve também o candidato Assembleia Municipal, João Casteleiro, atual presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira. Já entre os ausentes destacou-se Paulo Ranito, atual presidente da União de Freguesias da Covilhã e Canhoso, eleito pelo PS.
Conhecidos candidatos às Juntas de Freguesia
O PS apresentou para já 16 candidatos num total de 21 freguesias, sendo que destes três são independentes.
O destaque vai para a União de Freguesias da Covilhã e Canhoso, cujo candidato será Carlos Martins. Já nas restantes freguesias os candidatos são os seguintes: Joana Campos (Aldeia Francisco Assis, independente), Luís Morais (Barco e Coutada, independente), Aurélio Amaral (Boidobra) Pedro Leitão (Cantar Galo e Vila do Carvalho), Jorge Viegas (Cortes do Meio), José Matos (Dominguizo), João Ramos Almeida (Erada), Rui Andrade (Ferro), Gabriel Gouveia (Paul), Sílvio Dias (Peraboa), José Branco (São Jorge da Beira), Sandra Ferreira (Sobral de São Miguel, independente), José Alberto Pais (Teixoso e Sarzedo), Paulo Bicho (Tortosendo) e José Guerreiro (Unhais da Serra).
Ana Eugénia Inácio