Quatro anos depois, à beira de novas eleições autárquicas, é altura de fazer balanços e apurar um saldo. Os balanços são vários: entre o que era necessário e o que foi cumprido e aquilo que foi efetivamente feito; entre a situação de que se partiu e aquela a que se chegou. Neste último caso, haverá que apreciar a evolução das variáveis: pagam-se mais ou menos impostos? Foi feito o que era necessário? O que foi feito era necessário? A atuação da Câmara atraiu investimento, ou o investimento que veio viria na mesma, fosse qual fosse a cor do executivo? Qual o saldo demográfico, passados estes anos? Há mais ou menos gente e, se há menos ou mais foi por atuação da Câmara? Tudo isto, a haver uma campanha eleitoral a sério, será certamente debatido e haverá certamente argumentos certos e outros em que apenas tontos cairão, como querer recolher louros pelos investimentos de outros ou atirar culpas pelo que aconteceria de qualquer maneira.
No nosso caso, na Guarda, sabemos há anos o que faz falta e o que está mal. Sabemos por exemplo que é necessário, e já o era há muitos mandatos autárquicos, resolver o problema do estacionamento no centro da cidade. Aqui, onde se concentram comércio, serviços, equipamentos sociais e monumentos, para onde se dirigem a maior parte dos turistas e visitantes, estamos limitados a estacionamento de superfície, com o limite de duas horas. Há de facto o estacionamento coberto e de longa duração no TMG, num dos limites do planalto central da cidade, e no centro comercial La Vie, no outro. Mas, por um lado, esses estacionamentos destinam-se aos próprios utentes e, por outro, estão demasiado afastados de muitos outros locais onde seriam indispensáveis. O resultado é que desde há muitos anos os utentes, residentes e visitantes do centro estão sujeitos à tirania das duas horas de estacionamento máximo, ao risco constante das multas e à insuficiência dos lugares disponíveis.
Cabe perguntar a este executivo o que foi feito para resolver este problema e o que está previsto para quando o problema se agravar, por exemplo com o desejável regresso dos habitantes ao centro da cidade ou com a também desejável reabilitação do centro histórico, ou até com o prometido regresso à atividade do Hotel Turismo. Que se veja, ou de que se fale, nada. Antes pelo contrário: os múltiplos eventos vêm periodicamente infernizar ainda mais a vida dos utentes do centro, retirando-lhes, às vezes por vários dias, boa parte dos poucos lugares de estacionamento disponíveis.
(Em tempo: era mais do que previsível uma época de incêndios devastadora. Todos os verões têm sido mais quentes do que o anterior e chove cada vez menos. Era essencial a limpeza dos matos durante o Inverno, para diminuir o risco de incêndios agora. Que se fez? Muito pouco, menos do que o suficiente para evitar o incêndio que lavrou durante vários dias, do Rochoso a Pínzio).
Por: António Ferreira