P- Ao décimo concurso de vinhos da Beira Interior, como estão os vinhos produzidos na região?
R – Os vinhos da Beira Interior estão em boa forma. Posso afirmar que em dez anos houve uma evolução muito grande nos vinhos da nossa região, que têm vindo a afirmar-se quer na região, quer a nível nacional. Também na exportação têm vindo a marcar pontos e a conquistar países como os Estados Unidos, Canadá, Brasil, China, para além da Europa.
P – O que destaque nesta edição?
R – Nesta edição há um destaque muito importante a considerar relacionado com a entrega dos prémios: este ano estávamos na nossa casa. O excelente evento da entrega de prémios, já apelidado como sendo o evento com mais “glamour” a nível nacional nesta área, realizado nos jardins da futura sede da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), veio dar um novo impulso aos nossos vinhos.
P – Qual é a zona da Beira Interior que mais se destaca na produção de vinho de qualidade e tem registado maior crescimento nos últimos anos?
R – As três sub-regiões da Beira Interior têm vindo a afirmar-se no mercado dos vinhos em simultâneo e têm crescido de forma sustentável quer no mercado nacional, quer nas exportações.
P – Como estão as exportações de vinho certificado da região? O que falta fazer para crescer mais?
R – As exportações têm vindo a crescer nos últimos cinco anos a uma velocidade média acima dos 10 por cento graças ao elevado investimento em promoção e divulgação que tem vindo a ser feito, quer pelos produtores, quer pela própria CVRBI. Mas ainda há um enorme caminho a percorrer na divulgação dos vinhos da Beira Interior dentro das fronteiras nacionais e no mercado externo. A divulgação da boa qualidade dos nossos vinhos cabe-nos a todos, como cidadãos da Beira Interior.
P – E na área da comercialização? Quais são os objetivos para afirmar mais a Beira Interior no competitivo mercado nacional e internacional?
R – Também as vendas globais têm vindo a crescer nos últimos cinco anos a uma velocidade semelhante ao valor apresentado para as exportações. O objetivo está bem definido e pauta-se por um crescimento cada vez maior nas vendas dos vinhos certificados da Beira Interior. Tenho esperança que, num período de dez anos, mais de 40 por cento dos vinhos da Beira Interior sejam certificados e vendidos como tal.
P – Acredita que abertura da nova sede marca o início de uma nova era na Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior?
R – A nova sede virá certamente dar um novo protagonismo e identidade aos vinhos da Beira Interior. Ela será lugar de passagem para muitos turistas que ali poderão degustar os nossos elegantes néctares. É também de salientar que a visita à região dos vários atores ligados ao vinho, nacionais e internacionais, passará sempre por uma calorosa receção naquele que virá a ser o Solar dos Vinhos da Beira Interior, que não vai deixar ninguém indiferente.
Perfil:
Presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior
Idade: 60 anos
Naturalidade: Inguias (Belmonte)
Profissão: Empresário na área têxtil e do vinho
Currículo: Licenciado em Engenharia Têxtil pela UBI; docente universitário, presidente do conselho de administração da FITECOM SA desde 1993 e da Sociedade Têxtil da Beira Interior desde 2000; produtor de vinhos e sócio-gerente da empresa Quinta dos Termos; presidente da direção da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor entre setembro de 2001 e abril de 2005; presidente do Conselho Fiscal da ANIL desde outubro de 2009; presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior desde 2011; membro cooptado do Conselho Geral da UBI desde março de 2017.
Livro preferido: “O Conde de Montecristo”, de Alexandre Dumas
Filme preferido: Nenhum em especial, mas aprecio filmes de ação.
Hobbies: Passear na praia, no campo e passeios de moto aos fins-de-semana.