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Onde a degradação já chegou

Agora que os tempos do desmantelamento e da morte anunciada do SNS deixaram de ser notícia e à esquerda as vozes andam “anestesiadas”, o grupo parlamentar do PSD confrontou o Governo com a redução da comparticipação de determinados medicamentos aos trabalhadores do Estado (ADSE), nomeadamente a doentes oncológicos, ou com esclerose múltipla.

Apesar dos recursos públicos serem escassos, lembraram os deputados do PSD da Comissão de Saúde, numa pergunta que dirigiram ao ministro, que, não se podem «fazer opções no setor da Saúde» que deteriorem «a vida das pessoas no que de mais vital importa». «Esta decisão pode prejudicar significativamente a qualidade de vida de doentes oncológicos, ou com esclerose múltipla. Nestes casos, não existem opções disponíveis. É mesmo necessário não permitir que tal restrição seja aprovada e, se o for, que seja rapidamente revogada».

Para o PSD, os doentes beneficiários da ADSE com esclerose múltipla devem ter (como tinham) acesso gratuito aos medicamentos do grupo dos antineoplásicos e imunomoduladores, em regime equiparável aos casos dos doentes com tratamento de cancro.

Não espanta que aqui se tenha já chegado, pois, só nos primeiros três meses do ano a dívida dos hospitais cresceu 29%, o equivalente a 157 milhões de euros. Está agora nos 891,5 milhões de euros. Os bombeiros acusam os hospitais de inventarem desculpas para não pagarem as dívidas. A Comissão Europeia exige «reforço do controlo da despesa», pois a dívida aos laboratórios cresce 1,5 milhões de euros por dia. O investimento no Serviço Nacional de Saúde recuou 34% em 2016. Nem nos anos mais duros da crise se assistiu a uma degradação tão acentuada na prestação de cuidados de saúde. Tudo isto, resultado das políticas da “geringonça” que nos desgoverna. Os médicos e enfermeiros estiveram em greve em todo o país, mas nem assim a esquerda parlamentar desarma. Esta greve não foi contra as políticas do Governo, afirmaram, isso era no passado, foi a favor do Governo e da melhoria do SNS, dizem sem qualquer embaraço PS, BE e PCP.

Vivemos tempos bem diferentes, não haja dúvidas!

Também nos bombeiros

O financiamento aos bombeiros, sabemos já, que ficou pelos mesmos 25,7 milhões de euros do ano passado, mas ainda assim, pelo menos 210 associações humanitárias viram baixar as verbas prometidas para 2017.

Segundo algumas federações do sector, isto foi o suficiente para que algumas corporações se encontrem já a lutar pela sua sobrevivência.

A necessidade de alterar a lei do financiamento já não é tema para este Governo, apenas para os bombeiros que todos os dias se superam nas dificuldades. Mas será que nesta altura em que se caminha para mais um verão, está tudo salvaguardado?

Almaraz

A forma como o Governo se tem comportado relativamente à construção de um armazém de resíduos nucleares em Almaraz e o subsequente prolongamento da vida útil daquela central espanhola é digno de uma novela dramática. Têm sido tantos os episódios e tão estranhos que já se percebeu que não vai acabar bem. Vai acabar, como se antevia, com o governo português, perante o fato consumado, a dar o seu aval à prorrogação do ciclo de vida da central de Almaraz pelo número de anos que as empresas de energia espanholas quiserem.

Desemprego

O desemprego continua a diminuir. Isso é uma boa notícia. Deve recordar-se, porém, que a diminuição da taxa de desemprego começou com o anterior Governo. No final do seu mandato, Portugal tinha menos desempregados do que aqueles que encontrara no início do resgate. Para esta contínua melhoria foram e são decisivas as reformas feitas no mercado laboral pelo Governo PSD-CDS/PP que as forças políticas, então na oposição, mas agora no governo, diziam que apenas trariam mais desemprego. Como se constata, as reformas estruturais e estratégicas, coisa que o atual governo desistiu de fazer, produzem resultados. Podem ser melhoradas, mas nunca revogadas. Era bom que PS, BE e PCP aprendessem esta lição.

Por: Ângela Guerra

* Deputada do PSD na Assembleia da República eleita pelo círculo da Guarda e presidente da Assembleia Municipal de Pinhel

Comentários dos nossos leitores
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
Esta srª esquece que O PSD e o Amaro deixaram a Guarda no pântano, com portagens, taxas e impostos usurários, o desemprego desce pela fuga das pessoas, o emprego cai também drasticamente.
 

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