A Câmara da Guarda apresentou o projeto de requalificação da Torre dos Ferreiros e um esboço do que poderá vir a se o “Quarteirão das Artes”, a desenvolver nos edifícios que acolhem atualmente o Paço da Cultura, o Museu de Arte Sacra e o Museu da Guarda.
No primeiro caso, a intervenção, com custos da ordem dos 500 a 600 mil euros, foi aprovada pela Direção-Geral do Património e vai ser posta a concurso. O objetivo é fazer da Torre dos Ferreiros, na zona central da cidade, um espaço de visitação e miradouro, sendo que para tal será instalado um elevador panorâmico no terreno contíguo ao monumento. No topo, os visitantes poderão apreciar as vistas da Guarda e do horizonte, estando prevista a instalação de um binóculo e elementos informativos da paisagem. O projeto, da responsabilidade do gabinete de arquitetura Barbosa & Guimarães, foi apresentado pelo arquiteto guardense João Cláudio Madalena e já tem um financiamento de 85 por cento assegurado no âmbito do Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela. O restante será da responsabilidade da autarquia, que estima que obra possa estar concluída «dentro de dois anos». O presidente da Câmara foi questionado sobre se as subidas ao monumento vão ser pagas, mas Álvaro Amaro respondeu que «mais tarde se verá».
Datada do século XII/XV, a Torre dos Ferreiros é uma das mais emblemáticas estruturas da antiga muralha da cidade e está classificada como monumento nacional, tendo sido restaurada recentemente pelo município. Mais atrasado está o “Quarteirão das Artes”, um projeto que não se fará «nos próximos dois a três anos», esclareceu o edil, adiantando que também não tem ainda financiamento garantido. Aqui, o objetivo é modernizar e aproveitar o espaço do antigo Paço Episcopal e Seminário para acolher um Museu da Cidade, um Museu de Arte Contemporânea – a construir no pátio traseiro – e o atual Museu da Guarda. O empreendimento tem um custo estimado de 1,5 milhões de euros e, a partir de dia 16, os guardenses poderão conhecê-lo e apresentar sugestões aos técnicos responsáveis (João Mendes Rosa, diretor do Museu, o arqueólogo Vítor Pereira e o arquiteto Fernando Lopes).
Esta consulta pública realiza-se todas as terças-feiras, das 10 às 12 horas, e decorre no museu até 16 de junho. «Não éramos obrigados a fazer isto, mas nem eu nem os técnicos somos donos da verdade, pelo que queremos permitir a todos que possam dar contributos válidos e construtivos para esta requalificação», justificou Álvaro Amaro. O presidente da Câmara considerou que estas duas intervenções vão ser «projetos estruturantes e transformadores da realidade urbana da Guarda».
Luis Martins