O jornalista, escritor e dramaturgo Fernando Paulouro Neves venceu a 13ª edição do Prémio Eduardo Lourenço, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), com sede na Guarda.
A decisão foi anunciada na sexta-feira, com o júri do galardão a reconhecer a «projeção cultural e ibérica» de Fernando Paulouro Neves e a sua «notória vocação cultural e cívica, desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos, no “Jornal do Fundão”, órgão de referência na história da imprensa nacional», onde foi jornalista, chefe de redação e diretor. «Protagonista de um jornalismo fortemente literário, que tantas vezes lhe permitiu contornar a censura pela finura da escrita, Fernando Paulouro das Neves representa muito bem a ligação entre os dois lados da raia ibérica, vividos e defendidos ao longo de uma vida de resistência. Regional, mas sempre com relevância global, mostra que o mundo precisa da reflexão vinda dos pequenos lugares», justifica o júri em comunicado.
O CEI acrescenta que o escritor partilha com Eduardo Lourenço «as beiras agrestes e a perspetiva que elas transmitem», sendo que em ambos «o pensamento não se imagina sem o vento da raia, e a vivência dos locais que o futuro ameaça abandonar, mas que ambos acreditam que se manterão relevantes e até indispensáveis». O júri foi constituído pelos reitores das Universidades de Coimbra e Salamanca, por membros das comissões executiva e científica do CEI e por quatro personalidades convidadas: a cantora brasileira Adriana Calcanhoto, Walter Rossa, Pedro Serra e José Luis Fuentecilla Lastra. Instituído em 2004, o Prémio Eduardo Lourenço tem uma dotação de 7.500 euros e destina-se a galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas.