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Independente Carlos Adaixo candidata-se à Câmara da Guarda

Professor de Filosofia lidera candidatura “Guarda em Primeiro” com o apoio da coligação CDS-PP, MPT e PPM

Carlos Adaixo apresentou-se na segunda-feira como candidato independente à Câmara da Guarda. Licenciado em Filosofia, o independente, de 55 anos, é natural da “cidade mais alta” e promete colocar «a Guarda em primeiro». Este é o lema da candidatura que resulta da coligação formada pelo CDS-PP, MPT e PPM.

Em declarações a O INTERIOR, antes da apresentação pública no auditório do Paço da Cultura, Carlos Adaixo adiantou que uma das razões da sua candidatura foi «ver o estado a que a minha cidade foi chegando»: «Há quatro anos havia a esperança que saíssemos de uma certa inércia. Quatro anos depois verificamos que, em certa medida, não se passou daquilo que foi sair da inércia no sentido mais logístico do termo», constatou o independente. Carlos Adaixo disse não se rever na atual gestão governativa, acusando o executivo de fazer «um trabalho excessivamente óbvio, feito sem nexo, sem critério, colocando em causa aquilo que é o próprio legado cultural e patrimonial da Guarda, não tendo em conta aquilo que é a sua história». E mais ainda: «Foi mais um trabalho para encher a vista do que propriamente um trabalho que conduzisse a Guarda aquilo que nós achamos que deve ser o trabalho que hoje em dia deve ser feito», criticou o independente.

Carlos Adaixo sublinhou que esta não é uma candidatura de um homem só, «não é alguém que decide avançar para a presidência da Câmara por sua autorrecriação, por iniciativa própria, por uma questão de vaidosismo ou orgulho pessoal». E não escondeu o seu aborrecimento por, numa cidade como a Guarda, todos os candidatos até agora apresentados não serem de cá. «Incomoda-me a ideia da Guarda ser uma espécie de local de passagem para projeção política de algumas pessoas», criticou. Quanto à gestão do município, Carlos Adaixo acha descabido, num concelho com escassos recursos económicos, a autarquia «apresentar obras megalómanas, cujo investimento muitas vezes é exagerado»: «É hora de nós, cidadãos da Guarda, tomarmos uma posição em relação a isto, dizermos que estamos cá e que não nos vão fazer passar por tontos», acrescentou.

Em termos políticos, o candidato assumiu-se «como alguém que, acima de tudo, tem amor pela sua terra» e que é a partir dessa premissa que vai construir a sua candidatura. Sobre o que pode ser feito na economia, Carlos Adaixo reconhece que a autarquia não pode limitar-se a fazer «uma espécie de feira das vaidades»: «A autarquia tem de ir ter com as pessoas, tem de inclusive ter uma voz ativa junto do poder central e, de uma vez por todas, temos que arrumar as armas que existem entre autarcas do interior, unirmo-nos no sentido de haver leis favoráveis de discriminação quase positiva para o interior», defende. O cabeça-de-lista adiantou ainda que «investimento e emprego; ação social; cultura e património e ambiente» serão os quatro vetores primordiais do seu programa eleitoral. Por sua vez, o líder centrista Henrique Monteiro justificou a decisão de apoiar uma candidatura independente, dizendo que «há quatro anos foram definidas prioridades para o concelho. Há muita coisa que foi bem feita, mas há uma área em que não se foi tão longe quanto se devia ter ido e que era prioritária, a economia e o emprego».

Para além de Carlos Adaixo, integram o grupo de trabalho nomes como António Godinho Gil, Henrique Monteiro, Pedro Narciso, Carlos Gonçalves, José Carlos Alexandre, Adelino Guerra, José Carlos Breia Lopes, Jorge Noémio, Henrique Fernandes, Raul Correia Araújo, Sabrina Matos, Ana Isabel Batista e Bruno Neves.

Quem é Carlos Adaixo?

Carlos Adaixo, 55 anos, é natural da Guarda (Rua de São Vicente). Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é professor no Agrupamento de Escolas de Pinhel, há já 12 anos. Aos 50 anos começou a escrever livros e atualmente já conta com três exemplares editados. “Bairro da Caixa” é o seu terceiro romance dedicado à Guarda, cidade onde nasceu em 1962, tendo editado “Café no Centro da Cidade” (2013) e “O inverno no teu olhar” (2015). É ainda artista plástico e colaborou na imprensa regional.

Sara Guterres «Aborrece-me a ideia da Guarda ser uma espécie de local de passagem para projeção política de algumas pessoas», afirma Carlos Adaixo

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