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Passivo da Câmara da Guarda baixou 43 milhões desde 2013

Relatório de contas de 2016, aprovado por maioria, com os votos contra dos vereadores do PS, revela que todos os indicadores de gestão da autarquia melhoraram significativamente

O passivo global da Câmara da Guarda continuou a diminuir em 2016 e tinha baixado cerca de 43 milhões de euros no final do ano transato, de acordo com a prestação de contas do município.

Em setembro de 2013, a atual maioria liderada por Álvaro Amaro tinha divulgado uma auditoria que concluía que o total da dívida, provisões, acréscimos de custos e compromissos por pagar do município era de pouco mais de 91 milhões de euros. Na passada sexta-feira, o relatório de contas relativas ao ano passado foi aprovado por maioria, com os votos contra dos dois vereadores do PS, na reunião do executivo. O documento revela que todos os indicadores de gestão da autarquia melhoraram significativamente nos últimos três anos, com destaque para o prazo médio de pagamento, que era de 197 dias em 2013 e está atualmente nos 7 dias. Também o saldo orçamental melhorou, sendo superior a 4,5 milhões de euros no final de 2016 quando era de apenas 981.780 euros em 2013. De acordo com o relatório, os juros e outros encargos baixaram de cerca de 3,2 milhões de euros em 2013 para 799.460 euros em dezembro passado.

Os fundos disponíveis apresentaram igualmente valores positivos, sendo no final de 2016 de pouco mais de 4,2 milhões de euros. Já a execução orçamental em termos da receita subiu para 93,7 por cento (era de 65,1 por cento em 2013), enquanto na despesa fixou-se nos 85,9 por cento contra 63,8 por cento em 2013. Também a autonomia financeira da Câmara cresceu para 61 por cento (era de 47 por cento em 2013) e a liquidez geral era da ordem dos 148 por cento (57 por cento em 2013). Já a solvabilidade duplicou, passando de 225 por cento para 447 por cento no final do ano passado. Em termos de dívida, a autarquia devia a terceiros cerca de 26,4 milhões de euros no final de 2016, sendo que o valor da dívida total era da ordem dos 29,9 milhões de euros.

«É um momento histórico na gestão financeira da Câmara da Guarda, não sei se se voltará a repetir com indicadores desta qualidade e que refletem um esforço de gestão política e de gestão técnica», afirmou Álvaro Amaro. Para o presidente da Câmara, o município continua em «clara e evidente estabilidade financeira». Por sua vez, o vereador do PS Joaquim Carreira considerou que este desempenho deve-se ao aumento da receita com impostos, nomeadamente do IMI. «Esta gestão é feita à custa da subida dos impostos municipais que este executivo aumentou desde que tomou posse», disse o eleito da oposição. O socialista acrescentou que «divergimos muito da forma como fazem as coisas e não nos revemos nesta forma de governação», defendendo que «devia haver uma política diferente» em relação à captação de investimento, à criação de postos de trabalho e à fixação de pessoas e empresas. «No que é essencial para a cidade esta Câmara pouco ou nada fez e o que tem sido feito é inócuo», considerou Joaquim Carreira.

Luis Martins Álvaro Amaro fala em «momento histórico», mas Joaquim Carreira contrapõe que «gestão é feita à custa da subida dos impostos municipais»

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Estamos a falar de um autêntico milagre ou pura ficção não fosse ano de eleições.
 

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