Um inquérito online promovido pela consultora Zaask, em parceria com a Universidade Católica, revela que as empresas da Guarda registaram, em 2016, a maior evolução dos valores cobrados aos clientes. Divulgada na semana passada, a segunda edição do Estudo Nacional de Competitividade Regional envolveu 1.321 empresários portugueses
No estudo anterior, realizado em 2015, o distrito registou um valor médio cobrado a clientes de 2,78, passando agora para o primeiro lugar com 3,14 valores (numa escala de um a cinco) – o melhor resultado nacional. A situação financeira das empresas manteve-se nos 3 pontos, sendo que as receitas originadas, ao evoluírem de uma média de 2,78 para 3,29 valores, colocam o distrito no top 3 acima da média nacional. Em contrapartida, a Guarda é o segundo distrito onde os empresários registam maior dificuldade em encontrar novos colaboradores. Neste caso, o distrito, que era o sétimo pior (2,64), está agora em penúltimo lugar com um valor médio de 2,29. Apesar dos empresários fazerem uma melhor avaliação económica do distrito (2,29 em 2016, face a 1,89 em 2015), a Guarda continua a ser uma das zonas do país com o panorama mais pessimista face à média nacional (2,8), ocupando agora o terceiro pior lugar.
No lado oposto está Castelo Branco, que regista a pior situação económica. O distrito apresenta o panorama nacional mais negativo também pela débil situação financeira das suas empresas, que está abaixo da média nacional (2,58 no distrito, para 2,8 nacionais), assim como as receitas e os valores cobrados aos clientes pelas empresas (2,83 face a 3,06 e 2,58 face a 2,83, respetivamente). Ainda assim, segundo estudo, as receitas das empresas sofreram um aumento em Castelo Branco em relação ao ano anterior, tendo passado de 2,6, em 2015, para 2,83 em 2016. O acompanhamento disponibilizado pelos órgãos locais às novas empresas é também um dos problemas destacados em Castelo Branco, que é o segundo pior a nível nacional com um valor de 2,08, quando a média nacional se situa em 2,24. No panorama geral, o distrito encontra-se bastante abaixo da média nacional na maioria dos parâmetros, sendo uma tendência do distrito por comparação ao estudo anterior. Nesse sentido, Castelo Branco é o distrito do país com menor perspetiva de crescimento nos próximos 12 meses.
Em traços gerais, cerca de 56 por cento dos inquiridos aconselhariam a criação de um novo negócio no seu distrito. Contudo, apenas 16 por cento consideram fácil o lançamento de um novo negócio no distrito (44 por cento consideram-no difícil ou muito difícil); e 69 por cento julgam insuficiente ou mau o acompanhamento por parte do governo regional/local a pequenos empreendedores/empresas. A contratação de novos empregados para o negócio também é vista de forma negativa, sendo que 43 por cento dos inquiridos a considera difícil ou muito difícil. O objetivo deste inquérito, aplicado a pequenas e médias empresas, é aferir o sentimento destas relativamente aos distritos onde estão implantas e respetivos governos locais. Esta segunda edição foi dirigida a empresas a operar em território nacional, mas também a empresas localizadas em Espanha. Para aceder ao estudo completo pode aceder ao seguinte link: https://www.zaask.pt/portugal.
Sara Guterres