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Criado Centro Académico Clínico das Beiras

Nova entidade congrega sete parceiros dos distritos da Guarda, Castelo Branco e Viseu para promover a investigação e o ensino das ciências da saúde

Está criado o Centro Académico Clínico das Beiras (CACB), um consórcio que reúne os hospitais, a UBI e os Politécnicos dos distritos da Guarda, Castelo Branco e Viseu. A portaria de constituição desta entidade, que fica sediada na Faculdade de Ciências da Saúde da universidade, foi publicada na sexta-feira em “Diário da República”.

Na prática, este será o maior centro académico do país em termos de parceiros e de abrangência territorial, reunindo o Centro Hospitalar da Cova da Beira, as Unidades Locais de Saúde da Guarda e de Castelo Branco, o Centro Hospitalar Tondela-Viseu, a Faculdade de Ciências da Saúde e o Centro de Investigação em Ciências da Saúde da UBI, bem como as Escolas Superiores de Saúde de Castelo Branco, Guarda e Viseu. «O CACB visa promover a investigação e o ensino na área das ciências da saúde, não só da medicina como também da enfermagem e tecnologias ligadas à saúde», refere Manuel Lemos, pró-reitor para a Articulação da Universidade com a Comunidade na Área da Saúde. O também docente da Faculdade de Ciências da Saúde sublinha que esta «é uma estrutura que fortalece a saúde a nível regional».

De acordo com a portaria, o Centro Académico tem quatro objetivos, que passam pela «modernização e qualificação da educação em saúde, originar cuidados de saúde de qualidade a partir da contribuição das ciências da saúde e dos serviços de ação médica das unidades de saúde, desenvolver cuidados integrados inovadores com base na articulação entre cuidados de saúde primários, hospitalares e continuados». Tem ainda como missão o desenvolvimento de projetos de investigação com reforço da cooperação nacional e internacional. Isto porque «não há serviços de qualidade sem o suporte da investigação e sem o estímulo do ensino, motores fundamentais do desenvolvimento do conhecimento e da inovação». A criação do CACB «potencia as capacidades de cada uma das instituições» parceiras e permite «a concretização de um avanço significativo na investigação translacional e no desenvolvimento científico e uma melhoria significativa do ensino médico», refere a portaria.

No mesmo documento lê-se ainda que o consórcio pode vir a integrar, futuramente, outras instituições públicas que, «pela sua relevância, permitam desenvolver competências diferenciadoras na dinamização da atividade assistencial, académica e de investigação». No início de março, o deputado socialista Santinho Pacheco, eleito pelo círculo da Guarda, questionou o ministro da Saúde sobre as consequências para a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda da criação desta entidade e quais as razões que levaram a que a sua sede ficasse na UBI. «Cada vez mais se nota reforçada a tendência já antiga de caminhar para uma centralização das respostas hospitalares regionais. O que não se decreta, fomenta-se numa prática do facto consumado», considerou Santinho Pacheco, alertando que se está a criar «uma certa concorrência desleal entre hospitais e há especialidades que vão encerrar, designadamente na Guarda, por falta de médicos».

Sara Guterres CACB vai ficar sediado na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI

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