Uma mistura de ovos moles e queijo Serra da Estrela, envolta em massa folhada de centeio. São estes os ingredientes do bolo que venceu o concurso lançado, em 2014, pela autarquia guardense e que continua a satisfazer os mais gulosos.
A história deste doce transcende o caráter institucional do concurso. Sandra Almeida, proprietária da pastelaria Cristal 98, explica o que a levou a unir estes ingredientes: «Às vezes juntávamos alguns amigos. Quando alguém trazia um queijo da Serra e não tínhamos doce de abóbora, eu ia lá abaixo à produção e trazia ovos moles. Uniam-se as duas coisas e era bastante bom, daí eu ter decidido fazer este bolo», recorda. Embora a procura de hoje não se possa comparar à do ano de lançamento, a empresária refere que o D. Sancho ainda tem «bastante venda», revelando que tem enviado bolos também para fora da Guarda, nomeadamente para as Caldas da Rainha, Viseu, entre outras localidades.
Sandra Almeida acrescenta que mantém inalterada a receita inicial por considerar que «quando uma receita é eleita vencedora devemos mantê-la». Contudo, a proprietária confessa que o D. Sancho, por vezes, varia devido à qualidade do queijo: «Embora utilizemos sempre a mesma marca de queijo, a verdade é que há alturas em que este produto é mais intenso, por causa do leite, e obviamente que isso também se nota no bolo», declara. Apesar da receita que levou a Cristal 98 ao pódio não ter sofrido nenhuma alteração, Sandra Almeida criou duas novas versões: o cristalino de ovos moles e amêndoa e o cristalino de maçã, canela e chocolate. O primeiro, também confecionado com massa folhada de centeio, é uma alternativa para as pessoas que não gostam do sabor do queijo no D. Sancho. Já o segundo é uma adaptação do bolo para que também as pessoas que não gostam de ovos moles possam saborear esta iguaria guardense.
Não é só a receita que se mantém imutável, também o preço do D. Sancho permanece o mesmo há três anos. «Não é um bolo que nos dê um grande rendimento, mas achámos que como era uma inovação fazia sentido que toda a gente pudesse ter acesso a ele, daí se ter estipulado os 0,90 cêntimos por unidade», justifica a empresária, que destaca o papel da D. Isabel na confeção do D. Sancho: «É o meu braço direito. Ela sabe todos os segredos deste doce e é a única pessoa que tem acesso a isso», afirma a empresária, que guarda a “sete chaves” a fórmula que faz o sucesso deste bolo.