Escrever sobre o jornal O INTERIOR é escrever sobre uma parte da minha vida. Foram três anos de aprendizagem e de crescimento num jornal que se impôs na região pela sua irreverência, acutilância e, acima de tudo, isenção e objetividade. A Beira Interior precisava de um jornal assim! Que questionasse sem medo, que escrevesse sem rodeios e que investigasse sem pensar no “depois”.
O INTERIOR foi sempre mais do que um simples semanário. Ele entrou na vida das pessoas. Interagiu com elas. Organizou debates. Dinamizou o centro histórico com Festas do Livro. Participou nas feiras regionais. Abriu uma delegação na Covilhã para ficar ainda mais perto daqueles leitores. Fez edições especiais em noite de autárquicas. Ganhou o Prémio Gazeta de Melhor Jornal Regional. Ou seja, foi sempre um jornal que de Interior pouco tinha!
Felizmente, tive a sorte de fazer parte desses projetos desafiantes e de integrar aquela saudosa redação onde, nas noites das terças-feiras se queimavam pestanas quase ao mesmo ritmo a que se queimavam cigarros! Em 2002 podíamos fumar ali! Mesmo quando a noite se unia à madrugada, ninguém arredava pé até que a gráfica recebesse todas as páginas. E, não raras vezes, seguíamos para um pequeno-almoço conjunto. Vivia-se intensamente a nossa profissão. Éramos, diariamente, motivados por uma política editorial exímia, isenta, objetiva e livre.
Estávamos longe do auge do online. Os leitores liam em papel. Os jornais eram entregues presencialmente nos pontos de venda. Em poucos anos, a realidade alterou-se radicalmente e, hoje, o imediatismo e a rapidez a que circula a informação obrigam a novas adaptações e a novas linguagens. O INTERIOR soube fazê-lo muito bem e, graças a isso, eu – que estou fora da Beira Interior – tenho a região à distância de um clique.
Também por isso, hoje dou os parabéns a toda a fantástica equipa deste jornal, mas principalmente ao seu diretor que sempre, sempre, sempre, inovou, ousou e marcou a diferença!
Por: Rita Lopes
* Jornalista de O INTERIOR entre 2001 e 2004
