O principal mentor do processo de candidatura do Alto Douro Vinhateiro à lista do Património Mundial da UNESCO, Miguel Cadilhe, vai ser hoje doutorado honoris causa pela UTAD. Em entrevista ao Público, o economista lembrou os passos do processo e as mudanças que a candidatura trouxe à região, não escondendo o orgulho que sente por ter feito “alguma coisa por aquela terra e por aquela gente”.
Miguel Cadilhe referiu ainda que se a classificação tivesse sido concedida na segunda metade dos anos 80, o encerramento da linha férrea do Douro não teria acontecido. «Eu estava no Conselho de Ministros, em 1988, se não estou em erro, quando o ministro dos transportes propõe: ‘vamos suspender a linha por uns tempos porque precisa de grandes obras de manutenção e beneficiação’. Como se sabe, politicamente, usa-se o argumento de suspender para melhorar, mas a melhoria nunca vem e suspensão é definitiva. Só tenho este amargo na boca: ser ministro das Finanças e não ter dito: ‘O ministro das Finanças encontra no Orçamento dinheiro para financiarmos já as obras da linha’», recordou em entrevista ao Público.