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As coisas vão mal para o lado do hospital

Editorial

1. Seguindo a Lei de Murphy, a Unidade Local da Saúde da Guarda geriu de forma inacreditável todo o processo à volta da morte de um bebé na semana passada. Quando tudo estava errado, as “coisas foram de mal a pior”. E quando se pensava que a forma atabalhoada com que a administração se apresentou aos jornalistas, sem saber explicar o sucedido, já era muito má para a imagem e credibilidade do Hospital da Guarda, as horas seguintes vieram dar uma imagem ainda pior da instituição.

A ULS informou o Ministério Público que os registos cardiotocográficos feitos à grávida que perdeu o bebé às 37 semanas de gestação por alegada falta de assistência se extraviaram. E terá desaparecido também o registo a que a grávida se submetera no dia anterior. E depois ainda foi divulgado que, por problemas técnicos, não era possível disponibilizar as imagens de videovigilância – o que seria resolvido numa fase posterior. Ou seja, com o país com os olhos postos no Hospital da Guarda, tudo foi gerido com amadorismo, inépcia e incompetência. A ULS tem gerido o maior empregador do distrito de forma displicente, empregando pessoas de acordo com a cor do cartão partidário, pela “cunha”, pessoas que muitas vezes não têm capacidade nem competência profissional. Em vez de modernizar os serviços ou investir em profissionais capacitados para dar resposta a todas as exigências escolheram pôr a ULS ao serviço dos pequenos interesses do partido, dos amigos e familiares. As consequências são estas: quando se está perante circunstâncias adversas e complexas não há capacidade de resposta, não há brio nem qualidade na resolução dos problemas. O Conselho de Administração há muito que devia ter sido afastado, agora tem a obrigação de se demitir, seguindo aliás o exemplo do diretor do departamento de saúde materno-infantil do Hospital da Guarda que entretanto se demitiu.

2. O fim-de-semana passado foi impressionante.

O clima ameno e solarengo contribuiu para que milhares de pessoas visitassem a região – que teve hotéis lotados, restaurantes cheios e vida, num tempo em que o despovoamento e o desânimo perpassam por todo o interior.

A neve foi porventura o maior motivo de atração e a Serra foi invadida por milhares de pessoas durante as curtas férias de Carnaval, com a Covilhã, Seia e Manteigas a receberem turistas das mais diversas proveniências.

Mas também a festa das amendoeiras em flor, em Figueira de Castelo Rodrigo e Foz Côa, continua a ser um postal impressionante de beleza natural e atração de forasteiros.

As feiras de queijo foram outro importante momento de vida económica e social da região, especialmente em Celorico da Beira. Mas também os corsos carnavalescos contribuíram para a melhor animação em diversas localidades. E a Feira das Tradições foi, uma vez mais, o maior evento, com milhares de visitantes e grande animação. O próximo fim-de-semana tudo volta ao normal. Mas quem ainda quiser aproveitar as coisas boas que se fazem na região pode degustar os melhores enchidos da região em Trancoso onde decorre até domingo a Feira de Fumeiro.

Luis Baptista-Martins

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