A defesa dos direitos da flora precisa de associados. Venho deste modo informar da criação do Partido da Defesa da Flora. Somos o PDF. Milhares de pessoas indignadas com o sofrimento dos pinheiros ao serem resinados. Uma violência comparável à farpa no dorso do touro. Milhares contra a violência do “escalpe dos sobreiros” no arrancar da cortiça. Tudo sem anestesia, eventualmente condicionando dor. Pior ainda é a exposição da nudez do sobreiro agora com o sexo exposto – será sobreiro? Será sobreira? Indignamente despido o sobreiro chora! A luta contra o corte das flores, o decepar da salsa, o arrancamento das cenouras. A verdade é que toda a flora está menos defendida que a fauna. O abraço das árvores, o beijo das plantas, colocar uma trepadeira no quarto, modificará esta situação. A luta em defesa dos direitos da flora impedirá a cozedura da couve antes de ser morta, tornará o caldo verde uma violência inconcebível. Nós, os que somos da flora, queremos os mesmos direitos para ela dos que agora chegam límpidos e justos aos animais. Impedimos o churrasco público em defesa da dignidade da galinha exposta, acabamos com a lagosta escalfada/queimada, lutámos contra a cozedura do caracol. Hoje entendemos que o mundo tem de se recolocar em relação à flora. Em defesa da fruta exigimos anestesia da videira antes da vindima, não se pode tolerar todas aquelas tesouradas. Em defesa das oliveiras acabem com as vergastadas nas galhas, com a violência do abanar da árvore. Em defesa da dignidade proíba-se a criação de fruta fora do chão e das árvores. Morangos que nunca viram a terra, salsa criada em varandas, ofendem a liberdade e o direito da flora. Hoje estou fortemente preocupado com os arbustos e o verão. Precisamos de penas muito mais pesadas para os incendiários. Atrevo-me em exigir 25 anos a quem queime mais de vinte árvores. O crime contra a floresta e a flora livre obriga a terminar com esses carreiros, essas filas fascistas em que se plantam as vinhas e os eucaliptos. A liberdade de nascer livre e com uma identidade única e de intocável dignidade. Hoje, os eleitores sabem que criámos o PDF e precisamos de apoio e de colaboradores. Nós acabamos com o papel. Nós impedimos as flores no chão na festa dos tabuleiros. Connosco acabam os tabuleiros e os exageros do Santo Cristo em S. Miguel. Os carros com flores de papel na Queima de Coimbra, nunca mais.
Por: Diogo Cabrita